domingo, 30 de novembro de 2008

Semana Pós-Pirassunga

Essa semana o coach me deu de presente para fazer o que quiser - até não treinar.

Ele me pediu para "desligar a tomada" e descansar mentalmente. De fato, as semanas que antecederam o Long Distance foram bem pesadas e na semana de lapidação não tivemos períodos de intensidade - poucos, é verdade. 

Mas é um pouco difícil de você se desligar de uma prova. Isso por pelo menos dois motivos:

Primeiro, porque você tem manter toda sua rede de relacionamentos atualizada via e-mails, blogos, orkut. Como os sítios vão soltando as coisas aos poucos (resultados e fotos), nós que fizemos a prova ficamos ligando um para o ouro para ficar "fofocando" sobre quem dançou, quem mandou bem, fulado que ganhava todas e ficou para trás...

O segundo, são as marcas que ficam no corpo depois de uma prova desse tipo. No meu caso, isso se resumiu a uma bolha no pé e as queimaduras nas costas, que não me deixaram dormir bem essa semana. Conversei com o Vinícius e ele me indicou pesquisar sobre a roupa utilizada pelo Sindballe e me deu indicações a partir do material usado pelo Luis Topan, atleta do Ironguides.
Para quem estiver interessado, vale a pena investir no material da Craft e o de compressão da 2xu. Além disso, os sites da http://www.stingray.com.au/ e http://www.uvline.com.br/ dispõe de roupas com proteção conta os rais solares.

Mas é importante dizer que não houve nenhum tipo de dor muscular e só não fui na academia na segunda-terça-quarta-quinta por uma questão de cuidado e pelas queimaduras. Na quinta-feira, fiquei com vontade de correr uma hora na rua, mas fiz isso apenas na sexta-feira. Tentei aproveitar as noites em casa para não fazer nada, apenas abusar da comida a noite. Mas controlei melhor o que comia durante o dia para não ganhar peso gratuitamente. E acho que deu certo, pois me pesei na sexta-feira e estava com menos de 87 quilos.

E sobre a prova, bem, a ficha mesmo caiu depois, pois os resultado foi muito bom para um primeiro longa e, principalmente, pelo fato de ter feito tudo com muita tranquilidade para terminar inteiro. Outra coisa que conta é experiência, pois a dinâmica desse tipo de prova é a superação - fazer a provas desse tipo visando a construção de resultado de forma agressiva é uma coisa apenas para os mais preparados, como diz o Vinícius. 

Nesse sentido, acho que vale uma observação que vi o Gary Gordon fazer sobre o Ironman e que também pode ser apropriado em provas de meio Iron, "O ritmo da prova de endurance como o Ironman é o seu próprio treinamento básico para a resistência de seu ritmo". 

Entretanto, para pessoas que fazem triathlon olimpicos, sprint ou  corridas de rua de 10 km, essa filosofia é difícil de assimilar, pois tendemos a achar que a intensidade é sempre sinônimo de um melhor resultado, quando não é

É compreensível que você entre na prova e ache que, ao desenvolver a prova em seu ritmo de treino, vai ficar aquém de um bom resultado, afinal, "treino, é treino" e "prova, é prova". Mas essa percepção é um equívoco e é, sim, possível ter bons resultados sem romper o equilíbrio entre ser competitivo e terminar bem uma competição de endurance. Entretanto, o segundo preceito antecede o primeiro, pois vale lembrar que só é competitivo quem termina a prova.

Talvez hoje eu compreenda melhor que a obtenção de resultados para provas multiesporte e de longa duração seja um processo de muito longo prazo, construída com milhares de pequenos tijolos, como quer o Vinícius. 

Você não luta para ser o mais rápido, mas para ter o ritmo mais rápido durante a maior parte do tempo....