domingo, 30 de janeiro de 2011

Mudanças



"Deus nos dá pessoas e coisas,
para aprendermos a alegria...
Depois, retoma coisas e pessoas
para ver se já somos capazes da alegria
sozinhos...
Essa... a alegria que ele quer"

Guimarães Rosa

Ao retornar de Pucón, recebi um e-mail do coach . Enfim, depois de pouco mais de três anos, não seria mais possível continuar sob a orientação do Vinícius ou, como se diz por aí entre os mais globalizados, do Vinnie Santana.

Desde da morte do Marc Becker, o Vinícius se transformou no Head Coach do Ironguides. Naturalmente, outras responsabilidades se colocaram para ele desde de então, pois a gestão de uma marca internacional ligada ao esporte exige atenção a questões que vão desde da certificação de outros treinadores, até a formação de parcerias com outras empresas, passando ainda pela administração do IG e a formação de outros mestres


Foi como que um apagão. Espernei. Afinal, o Vinicius não era apenas o cara que me repassava planilhas, mas alguém que despertou a paixão por um estilo de vida.

E quando você pratica um esporte que vira estilo de vida, a coisa é séria...

Agia como um tutor que me orientava, dizendo sim, dizendo não. Sempre realista, foi simplesmente perfeito colocando limites nas minhas ambições mais malucas, mas ao mesmo tempo era capaz de viabilizar projetos que pudessem me desafiar.

Isso tudo sem que eu, uma vez sequer, tenha me machucado ou entrado em estado de overtraning. E olhem que não faço musculação, nem alongo, nem nada.

Apenas segui as orientações do Boss, como eu e o Ronaldo falávamos do cara de
sde do Iron 2009. Quem se lembra do filme Menina de Ouro sabe o que o "Boss" significa.

Mas, as coisas tem um fim. Como também dou aulas, sei que ciclos fazem parte da profissão que escolhemos. Além do mais, a amizade está ai e sempre é possível mandar um torpedo para a Tailândia.

O próprio Vinicius, teve o cuidado de trabalhar essa transição, com a indicação do Rodrigo Tosta, treinador do Ironguides do Brasil, para assumir o lugar dele.

Isso seria fundamental, já que trabalhando a tanto tempo dentro da filosofia do Ironguides, eu teria problemas em me adptar com assessorias com outro approach.

Conheci o Rodrigo no Iron de 2010 e tenho dele as melhores referências desde então. Já conversamos um pouco e já estamos trabalhando juntos. Estou bastante otimista e tenho certeza de tudo vai dar certo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Pucon 2011





Uma das coisas que vem me incomodando nos últimos tempos é que sempre que faço uma prova, escrevo aqui no Blog "nunca antes na história fiz uma prova tão difícil, tão dura, tão isso, tão aquilo..." e blá-blá-blá....

E desta vez não será diferente: Pucon foi a mais difícil de todas.

Se Pirassununga o calor e a umidade arrebentaram comigo, no Chile cheguei no limite da hiportemia.

Mas vamos do começo.

A idéia de fazer Pucon nasceu quando estava bisbilhotando as fotos do orkut da Ana Lidia e da "Tia Roberta", que me contou com um pouco mais sobre o lugar e, bem, não preciso dizer que fiquei impressionado - tanto que comecei a fazer planos. Além da prova em si, havia ainda a possibilidade de conhecer o vulcão Villarica.

Em Penha, conheci a Mariana Henning, que também me incentivou bastante, assim como o Sandro, este aqui de São Paulo, e que fez a prova em 2010.

Eu sou meio "maria vai com as outras", mas como as "outras" não se decidiam ou tinham outros projetos, resolvi ir sozinho. Para quem me conhece, sabe que não é trivial tomar de uma decisão desse tipo.

A "Tia Roberta", que é tia da Ana Lidia, escreveu para ela pedindo informações sobre a viagem. A Ana foi super gentil e deu todas as dicas em relação a companhia de turismo que tinha o melhor pacote. Fui pela Xtravel, que foi bastante eficiente nos arranjos com passagens, estadias e tudo mais. Até ai, me preocupei muito pouco.

No caso da Bike, a Deise me indicou a Ciclovece, que faz o aluguel do case. Entrei em contato com eles e estava difícil arrumar um, já estavam atendendo a 30 pessoas. Mas ainda assim consegui um Thule rígido. Fizeram uma revisão, desmontaram a bike e guardaram no mala-bike. Tudo certo.

No Riacho Grande, pouco antes da prova, encontrei o Luis Gustavo, que já foi logo me dizendo "Cara, essa prova é dura. O Mota foi ano passado e disse que o negócio é punk"....

Bom, se o Mota disse que "o negócio é punk" para ele....bom, algo me dizia que eu deveria começar a me preocupar com algo para a qual eu não tinha até então pensado.

O Mota é um cara que tem um pedal fantástico e é bastante conhecido entre os que treinam no Riacho por ser um triatleta muito forte. Nós nos conhecemos rapidamente em Pirassununga e tão logo ele ficou sabendo que eu iria para lá, me escreveu dando todos os detalhes de como aproveitar a estadia no Chile e, mais ainda, o que eu precisava saber da prova em sí.

Imprimi tudo, tomei os detalhes e peguei o avião para Pucon, dia 16, uma quinta-feira.

Já no aeroporto, foi possível identificar outras pessoas que estavam indo para Pucon. Fácil: todo mundo que faz Iron viaja de tênis, jeans e alguma camisa de competição - fora o tênis. São magro(a)s e você tem a impressão que a roupa é um tanto maior que o número correto.

A viagem dura praticamente um dia. Você faz uma escala em Santiago, onde pega um outro avião até Temuco. De lá, aluga uma vã e entre 45 e 60 minutos chega em Pucon.

No Hotel, logo na entrada, comecei a me dar conta de que essa conversa de que "espanhol é fácil"ou "dá para entender numa boa" é um conceito muito relativo.

Fui atendido primeiramente por um rapaz que não deve está na Hall da Fama dos recepcionistas mais pacientes do mundo....

O menino começou a me perguntar sobre a reserva e outros detalhes, emendando as palavras quase sem respirar e mal olhando para mim.

- Mepodríadecirsunúmerodetarjetááááá?

- ?????????????????????

- Senõr, meprodríadecirsunúmerodetarjetá?

- ???????????????????????????????????

- Númerodetarjetá?

- ????????????????????????????????????????????????

-Tarjeta senõr!

Bom, algo eu tinha entendido. Talvez "número", talvez "tarjeta"....

Agora, exatamente práááá quêêêêê....

Olhei meio de lado para a minha mala, procurando ver alguma tarjeta específica entre as tantas que colocaram lá durante a viagem.

Mas ele resolveu me ajudar (ou achou que estava), fraccionando a cada palavra e mais pausadamente ("mais pausadamente" é licença poética):

- Nú-me-rôôôôôô tarje-tááááááá....

Ao perceber que eu continuava a olhar para a mala, ele tentou outro caminho....

- Cartón!

- Cartón! Sí, Cartón!!!!

- Si, cartón senõr...Internet!

-Ahhhh, você está querendo me dar um cartão para internet? Claro que quero!!!!

- NOOOOOOOOO......

Engraçado, eu não entendia picas do que ele queria, mas ele reconhecia cada besteira que eu dizia em português...

Interesting....

Comecei a perceber um tiquinho de impaciência

Por um minuto ele se retirou.

Entrou por uma porta que ficava atrás do balcão e voltou puxando uma menina pelo braço. Apontou para mim, levantou os ombros, sacudiu a cabeça e disse coisas que, devo supor, seriam mais ou menos assim: "Fala você com esse xarope porque ele tá falando aquela lingua...huuummmm acho que tupi-guarani!".

Talvez também tenha acrescentado um ou outro palavrão que não pude distinguir...

A menina sorriu e disse em um inglês meio titubeante.

- Credit Card Number.....

HÁÁÁÁÁÁÁÁÁ....Credit Card Number!!!!!!

Num átimo, tirei o cartão do bolso.

O rapaz sorriu. A menina sorriu. Eu sorri.

E o mundo parecia ter alcançado novamente o equilíbrio perfeito e a paz entre os povos que falam português e espanhol estava, enfim, reestabelecida.

A menina voltou para dentro do Hotel. E o rapaz, voltando a falar na velocidade da luz, disparou:

- Senõrnúmerodajartá, por favor...

Olhei o cartão, virei, revirei...coloquei o plástico contra a luz. E disse meio que displicente...

-Mas não tem número na tarjeta do cartão!!!!!!!

Ele me olhou impávido, colocou a mão na testa...

- NOOOOOOOOOOOOOOOO......

- ???????????????????????????????????????????????????


*************

Pucon é realmente bonita. Lembra Campos do Jordão, mas sitiada entre vulcões e lagos maravilhosos. O Grand Hotel sediava a prova e conta uma infra-estrutura de se tirar o chapéu.


Instalado, a primeira coisa foi procurar alguém para montar a bike. Tranquilo. Em dez minutos ela estava na minha mão, com o câmbio regulado e tudo. Mas eu ainda teria que testá-la no dia seguinte.

Aproveitei a gentileza da Cris, que conheci ainda no aeroporto de Cumbica, que me convidou para um rolê de bike, seguido de uma corridinha para conhecer o percurso da prova. Na foto estão as pessoas que foram nesse treino. Da esquerda para a direita: Cris, Lisandra, Ana Lidia e Mariana. Ao fundo, Luis Tinelo e a Giuliana.


O dia estava lindo. A bike estava perfeita e foi possível confirmar o que o Mota já havia avisado: o piso da estrada não tem buracos, só que é muito áspero. Em certos trechos, há constantes mudanças de altimetria. Passa-se de subidas, para falsos planos, descidas, subidas novamente e por ai vai.

Nesse mesmo dia, ouvimos que a previsão do tempo era de mudança, com chuvas no dia da prova. No jantar de massas - que, só para deixar registrado, é muuuuuitooooooo superior aquele feito no Ironman Brasil - o zum-zum-zum era de que o tempo abriria um pouco na segunda. No domingo, a previsão era de pancadas de chuva.

Aliás, vamos voltar ao jantar com um adendo: jantar de massas com uma pequena fonte de chocolate no salão.

Quer mais?!?! ;-)

No sábado, pegamos um belo Kit da prova e fomos levar as bikes para a área de transição, que ficava em uma rua ao lado do Hotel. Mas estava chovendo.

Chovendo muito! A área de transição era coberta, mas tinha algumas possas e a água se acumulava nas laterais.

O quadro não era bom.

Olhamos novamente a previsão do tempo na internet: 50% de possibilidades de pancadas pela manhã de domingo.

50% é meio copo cheio, meio copo vazio.

Tentei ser otimista. Lembrei que em Caiobá 2010, mal dava para dormir em função do temporal que caia durante toda a madrugada. Pela manhã, subitamente parou e, no final, a prova foi perfeita.

Só que...

Só que no dia seguinte nós e algumas centenas de pessoas se juntaram no hall do hotel e olhávamos uma chuva forte e intermitente atrás da grande vidraça do salão. E muito vento. O Santiago Ascenço comentava que era provável que o início da prova fosse adiado para as 9:00 da manhã, além de suprimirem a natação.

Fomos para o auditório e lá a organização da prova alegou que não haveria condições de manter os caiaques no lago e que, portanto, não seria possível garantir a plena segurança das pessoas.

A prova seria transformada em um Biathlon: 5 km de corrida, 90 km de pedal e 21k de corrida. A largada seria por categorias e faixa etária - mas, no final isso acabou não acontecendo.

Bem, como eu nunca tinha passado por isso, o que fazer? Correr forte? Moderado?

Meio perdido, fiz uma corrida moderada-forte, na casa dos 23 minutos. Nada assiiiimmm, extraordinário, mas eu sei lá o que iria dar? Todos os nossos treinos de transição são na sequência bike-corrida. Corrida, depois bike...enfim, resolvi ser meio conservador.

O tempo já tinha melhorado muito ao final dos 5k. Dava para ver parte do céu azul e metade negro - a história do 50% para lá ou para cá.

Como já tinha chovido, acreditei que as condições climáticas tinham virado e resolvi sair para o pedal apenas com um manguito. Um grande erro.

O inicio da bike você sai da cidade e entra na estrada do aeroporto. O piso é realmente ruim e o falso plano encobre uma subida chata, um pouco desgastante. Depois entramos em outra via, com o mesmo tipo de piso, mas com uma altimetria mais irregular.

Na ida, o pedal ficou pesado. Achei que era o vento.

Mas, quando fiz o retorno, descobri que o vento da ida estava, na verdade, a favor!!!!! :-((((

Como pedalo sozinho, perdi contato com aqueles que se agrupavam nas pragas dos pelotões. Percebi ainda que o vento não era apenas frontal, pois rajadas laterais me davam a impressão de que eu estava na Bandeirantes, quando aqueles caminhões passam a mil e a estabilidade da bike fica bastante comprometida.

Mas depois encontrei um certo ritmo. Consegui fazer a primeira volta em torno de 32 km/hora - como sei que com a minha eficiência na bike é "marginalmente descrescente" para 90 km, eu já tinha alcançando o teto. A tendência seria a redução dessa média...

Além do vento, já tinha chovido um pouco. Mas pouco.

Iniciei a segunda volta. Achei um bom ritmo e estava gostando do meu pedal. Mas, no quilômetro 70, dei uma "quebrada" - os trechos de subidas, descidas e falsos planos em sequência me desorganizaram e o pedal ficou pesado. Muita gente me passava nesse instante.

Entretanto, voltei para prova quando estava em um longo falso plano em descida. Ali, alcançava-se fácil 50 km/hora pedalando forte.

Exatamente nesse trecho começou uma chuva infernal. Você vai dizer: vento e chuva, por mais chato que seja, não são coisas estranhas para quem tem certa experiência. E, presume-se, quem está numa prova de 70.3 já passou por isso.

O problema é que a chuva era, diferentemente do que acontece quando somos pegos desprevenidos pelos temporais de verão aqui em São Paulo, muito gelada! Comecei a sentir certa dificuldade para trocar as marchas, porque os dedos estavam enrijecendo rapidamente.

Aiiiiiiiii, de repente...

Toc...Toc...Toc...TocTocTocTocTocTocTocTocTocToTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocToc
TocTocTocTocTocTocToTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocToTocTocTocTocTocTocToTocTocToc
TocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocToTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocTocToTocTocTocToc


Era o barulho infernal das pedras de granizo batendo no capacete. Quando olhei para cima, uma veio diretamente na lente do óculos. A chuva vinha da esquerda e de frente - o jeito era virar o rosto para a direita tentando, mesmo tempo, manter os olhos na estrada.

Pensei que o piso poderia ficar coberta de gelo e acelerei para sair dali. Mas ao acelerar, aumentava o impacto do granizo no corpo - as áreas que estavam mais expostas, como os ombros e as pernas, queimavam.

Apesar de tudo, não perdi a calma. Realmente, até me surpreendi com a naturalidade que encarei aquela situação. Nessas horas, você vê que um bom equipamento e acessórios, como óculos que não embaçam e pneus em dia, fazem de fato diferença nessa situação.

Ao sair da chuva de granizo, entramos no retorno final, um trecho de mais ou menos 15 km. Mas ai o vento e a chuva voltaram, sendo que as rajadas de vento eram laterais. Segurava a bike para que ela não saisse de lado e nesse ponto já notava que a stress já superava o efeito da adrenalina descarregada no corpo no momento da chuva de granizo.

Ao terminar o pedal, desclipei. Mas eu não sentia o pé no chão. A bike escorregou por baixo da minha cintura e por um triz não fui ao chão (foto). Parei, respeirei e tentei mover as pernas, que estavam ok.

O problema se restringia aos pés, que estavam anestesiados pelo frio.

Quando tentei tirar o capacete, notei que os dedos das mãos estavam rigidos e não consegui abrir a fivela. Pedi para alguém da organização me ajudar...

E, Deus é pai, ainda bem que o rapaz que me ajudou não era o mesmo da recepção do Hotel! :-)

Na entrada da transição, tinha notado várias pessoas da organização carregando cobertores. Fiquei em dúvida se saia para correr ou procurava alguma orientação, porque eu nunca tinha passado por isso.

Mas não vendo ninguém ali que pudesse me responder sobre a situação dos pés, decidi sair para os 21k.

O percurso da corrida é mais ou menos assim: três voltas de sete quilômetros, sendo que três completamente planos e quatro entre subidas e descidas (área dentro de condomínio ao lado do hotel). Os primeiros 7 km, minhas pernas estavam ótimas e aos poucos os pés voltaram ao normal. Não contabilizei o tempo, mas senti que estava realmente rápido.

Já na segunda volta, quebrei. Perdi a passada e minhas pernas ficaram pesadas. Resolvi comer e diminuir ritmo - aliás, "resolvi" nada! Não tinha escolha nenhuma!

Conseguia subir bem, mas nas descidas e no plano o ritmo era um pouco superior ao um trote moderado.

Na terceira e última volta, alguns caras começar a me marcar. Claramente. Eu subia mais rápido, mas eles me passavam nas descidas e tentaram abrir no plano. Olhavam para trás para ver a que distância eu estava.

Eu só pensava: mas que diabos esses caras pensam que eu sou! Será que o meu corte de cabelo lembra o do Colucci?

Só que não é minhas pernas voltaram ao normal? Assim, do nada!

Foi a parte mais interessante da prova - consegui encaixar um belo ritmo nos últimos 4k, com passadas curtas e rápidas. É indescritível o prazer dessa técnica de corrida. A impressão é que se flutua...

Fechei a prova em 5:30, 39 na categoria que contava com 99 participantes mas, notem, 27 desistiram.

Entre os 797 inscritos, 236 não completaram - cerca de 1/3 do total.

Terminei obviamente cansado, como é normal nesse tipo de evento.

A conclusão naquele momento era que o corte da natação foi uma bobagem, pois se não era possível nadar, muito menos seria enfrentar as condições do clima que estavam dadas para o pedal.

No dia seguinte, mesmo sem nenhuma dor muscular, o stress da prova gerou um cansaço mentale e um desânimo avassalador.

Teve um momento que me arrependi até de ter feito a inscrição para o Iron. Naquele instante, estava realmente convencido a não me inscrever em outras provas esse ano.

Nem sequer ânimo para subir o vulcão Villarica - um dos motivos que me levou a fazer essa viagem -, nem outro programa entre os vários que podem ser feitos em Pucon.

Apenas sai para caminhar um pouco, comprar alguns presentes e tratar dos assuntos da viagem, como empacotar a bike.

Depois, fui para o quarto descansar, mas sem conseguir dormir. Um inferno.

No terça, dia de voltar. Mesmo que ainda um pouco decepcionado por não ter conseguido realizar tudo o que queria, meu ânimo estava muito melhor.

Tão bom, que até coloquei um outro desafio na cabeça.

Ano que vem, espero voltar lá e já prometi a mim mesmo que, além de vou subir o Villa Rica, vou encarar o desafio que a Ana Lidia e a Mariana Borges pretendiam fazer: uma volta de natação de 6k no lago em frente ao hotel.

Só para "relaxar"! ;-))))))



Alguns depoimentos sobre a prova.

Lindsey Corbin

"Eu estou feliz por não ter desistido durante todo o dia e por ter levado a vitória aqui em Pucon'' disse Corbin, resumindo o que foi a disputa em tão difíceis condições. "Tiveram vários momentos em que eu pensei - isso é uma loucura! - mas, logo em seguida, tentava me divertir com a chuva e ficar o mais aquecida possível. Apesar da natação ter sido cancelada, eu acho que todos nós acabamos nadando, de tanta água que caía nas etapas de bike e de corrida.''


Galindez

En todas mis participaciones en el triatlon de Pucon nunca me depare con un clima tan hostil como sucedió en esta ultima edición del Ironman 70.3...el día anterior a la competencia la lluvia no dio tregua en el balneario Chileno y la temperatura bajo considerablemente, cuando me levante y fui a desayunar al restaurante del Gran Hotel Pucon, los organizadores me comunicaban "extraoficialmente" que el primer cambio estaba decidido, la largada se corría a las 9:00 hs, poco después anunciaban el cambio definitivo para Duatlon.
El viento soplaba fuerte, el lago Villarrica estaba movido pero según mi análisis se podía nadar, o acaso no es el triatlon un deporte de resistencia extrema? cuantas veces escuchamos a los propios triatletas hablar de superación y desafío...recuerdo algunos triatlones que participe en Mar del Plata donde las olas eran superior a 2 metros de altura, otras veces el circuito de natación en la "Feliz" se realizaba contorneando las piedras entre las playas Varese y Bristol, le llamábamos "licuadora" porque el mar te movía como loco, pero eran otras épocas.
Largamos 9 en punto, 5 km de corrida abrían el "Ironman duatlon", allí se impuso un ritmo alto y a los pocos metros de la largada nos cortamos 6 atletas en la punta, así comenzó el ciclismo donde en los primeros km me fui acomodando hasta liderar prácticamente toda la primera vuelta de 45 km, en la segunda empece a sentir el impacto de la baja temperatura endureciéndome las piernas, después del granizo que nos azoto por un instante comencé a sufrir una especie de hipotermia lo que se fue agravando hacia el final de esta etapa, a esa altura ya había cedido el primer lugar pero continué junto al grupo donde se encontraba Colucci, Fontana y Csoke.
De esta forma finalizamos el ciclismo y emprendimos los 21 km finales donde los primeros 9 km fueron terribles para mi, estaba trabado y luchaba para calentarme y entrar en ritmo lo antes posible, Colucci y Fontana se ivan pero yo estaba concentrado en recuperar mi ritmo lo que logre recién en la segunda vuelta, desde ahí comencé a descontar la diferencia con Colucci, consolidandome en el tercer lugar final.
De esta forma se cierra un capitulo mas de la "carrera mas linda del mundo" con un podio que se suma a mi trayectoria de participaciones en Pucon desde 1990 donde fui 5 colocado y con 6 victorias conquistadas.