domingo, 27 de fevereiro de 2011

Semana de Treino Pós-Internacional de Santos

Todo mundo sabe que semana de treino pós-prova é sussá: natação leve, pedal curtinho e algumas corridinhas de 30 minutos regenerativas, alternando com dias de descanso...

Se você acredita que o que está escrito no parágrafo acima realmente ocorreu comigo, deve ser a primeira vez que você lê esse blog! Ou então não conhece a moçada de Ironguides...

A perspectiva do Rodrigo era encaixar o Internacional em uma sequência de treinos com intensidade e volume ascendentes, todos com foco na velocidade.

A prova de Santos não seria o ápice desse período, mas justamente o início da parte mais dura dessa fase.

Então, imagina ai...

Tirando o day-off de segunda-feira, iniciei já na terça um pedal pesado no rolo. Aquecimento de 20 minutos, seguidos de oito moderados e dois leves. Depois, 2 x 4 FORTES e 4 x 2 no MÁXIMO. Para soltar, 10 minutos leve.

Quando o pessoal do IG coloca as palavras em maiúsculas, o negócio não tá pra brincadeira....

Não senti cansaço em relação a prova de Santos. Simplesmente fiz o que pude. Esse "o que pude" tem um significado preciso para os mais disciplinados: significa que ao tentar fazer no MÁXIMO cada série eu chego no finalzinho sem quase conseguir fazer o exercício. Pelo menos na bike!

Me imagino subindo uma ladeira por dois minutos. Lá em cima, quase tenho que descer da bike...

Dói.

Como escrevi recentemente, me identifico mais como uma pessoa que gosta provas de endurance e tenho dificuldade para lidar com a dor decorrente de treinos de intensidade.

Então estou fazendo duas coisas para lidar com esses exercícios duros: construo imagens (como essas que acabei de relatar, de uma subida e...vou confessar para vocês, normalmente nelas tô pau a pau com o Lance Armstrong...;-) e estou pensando em cada etapa do treino apenas quando vou executá-la.

Esse segundo ponto é o mais ou menos assim: se leio a planilha completa antes do treino começar eu antecipo as partes ruins; mal estou na metade do pedal moderado, já tá doendo, e eu começo a chorar pensando que ainda falta o pedal FORTE e o MÁXIMO!

Isso já me abate...

Então eu sento no rolo (sem duplo sentido moçada!!!!), leio apenas a primeira linha da planilha e me concentro exclusivamente no que me mandam executar, como se o treino acabasse ali.

Terminei? Faço exatamente o mesmo até o ler aquela frase abençoada..."10 minutos fácil"!

Obviamente, semana após semana, você vai decorando os treinos e isso vai perdendo eficácia. Mas, como eu já estou ali, na terceira idade, minha memória não é tão boa assim...;-)

A quarta-feira começou com um longo de corrida de 1:30 pela manhã, sendo 45 fácil e 45 moderado. No início, senti o treino da noite anterior. Mas a sensação de desconforto foi passando e, como sempre, termino esse tipo de treino mais inteiro do que estou no começo.

Na parte da noite, natação. O aquecimento são tiros de 50 metros, mas a parte principal do treino são tiros de 100 metros - 100 metros no MÁXIMO!

Como esse treino é com palmar e pulbóia, não tenho grande dificuldade, mesmo agora que passei a usar um palmar pequeno. Meu melhor esforço não me deixa com dor nos braços, nem asfixiado, como é meio típico nesses treinos....

Quinta-feira é dia de rolo, mas com a maior parte do treino voltado para força. Vinte minutos de giro leve, 10 tiros de um minuto e mais 20 no Big Gear (50-60 rpms). Esse treino eu tiro de letra. Não é fácil, mas tem intensidade limitada. Portanto, tuuuudoooo bem!

Sexta-feira começa com um corrida de 40 minutos pela manhã, como foco regenerativo. Faço uma volta de 7 km no Campo de Marte e capricho nas velocidade da passadas. A noite, um treino de natação progressivo, que me deixou com os braços lá na piscina ;-)))

Você inicia com tranquilos 16 x 50 metros, com fazendo tiro MÁXIMO a cada 4. Depois, 12 x 50, com tiro a cada 3, e assim até chegar a 4 x 50 todos no MÁXIMO. Apenas 20 segundos de intervalo. Poderia ser um treino complicado para mim, mas a distribuição progressiva do esforço permite que eu entre no ritmo a cada série e seja capaz de manter praticamente o mesmo esforço até o final ( o mesmo esforço não significa, necessariamente, a mesma velocidade)

Sábado, dia de simular um sprint no Riacho Grande. Levantei bem as 5:00 da manhã, tomei café, fiquei lendo algumas coisas da Triathlete Magazine para fazer a digestão, preparei toda nutrição, arrumei as tralhas, troquei o pneu da bike, levei tudo para o carro e....

E o carro não pegou....:-((((

No inicio, pensei que fosse o motor de arranque e passei parte da manhã tentando arrumar um SOS. Já estavam mandando um guincho para a minha garagem quando chega o meu pai. Ele queria ver o carro e me perguntou se não era a bateria.

- Claro que não, né pai!? Eu não sei quando tem problema na bateria....

- Mas cê tem certeza?

- Tenho, já tá chegando o guincho...

Só para mostrar minha superioridade, fomos lá no carro. Meu pai abriu o capô, pegou uns cabos, bateu na bateria. Faiscou...

Falei mal humorado:

- Viu ?????

- É bateria. Liga o carro...

Ai o motor

- Tátátátátátá
Eu...

- Tá na cara que o problema é o motor de arranque, né pai?!

- É bateria.

- Mas o farol tá funcionando...

- É a bateria.

Contra a minha vontade, foi lá em baixo, trouxe o carro dele, alinhou com o meu na garagem.

- Pai, já vai chegar o guincho e vamos ter que tirar o carro do senhor...vai dar aquele trabalhão mêêêêuuuuuu.....

Ele nem me ouviu. Pegou os cabos para fazer uma chupeta. Eu puto da vida porque achava aquilo uma perda de tempo...

- Dá a partida...

Entrei no carro contrariado.

Mas aiiiiii...

- Ruuuuummmm, Ruuuuuummmmm, RUUUUUUMMMMMMMMMMM.....

Abaixei a cabeça, fingindo olhar para o painel e....

- Uéééééé??????!!!!!!

Ainda bem que o meu pai é meio quetão....;-)))

Bom, contei essa histórinha para colocar algo no sabado, porque óbviamente foi off!!!!!

Domingo, fui para o Riacho fazer um treino de 3 horas, sendo 1:30 fácil, mais uma hora moderado BIG Gear e, depois, para terminar, 2 x 10 minutos Time Trial com 5 de intervalo.

De cara, não consigo fazer a parte fácil do treino. Eu meio que encaixo um ritmo de cruzeiro no Big Gear e, no máximo, como no Riacho relevo é quase um tobogã, consigo fazer um pouco mais de giro nas subidas para me enganar que estou pedalando "fácil".

Nesse sentido, tenho um pouco de dificuldade para separar a parte tranquila e a parte moderada do treino.

Isso explica em parte a boa média que fiz hoje lá, na casa dos 30 km/hora.

Mas esse aspecto, creio eu, não atrapalha o TT. Fiz os dois pegando os trechos de subida, o que me deixou com as pernas bambas. O primeiro foi consideravelmente melhor que o segundo.

No final do treino me senti ótimo! Difícil para alguns acreditar que uma semana que começou com o Internacional de Santos tenha sido tão puxada e, ainda assim, eu possa estar me sentido tão bem!

No mais, testei o macaquinho da Asics que comprei em promoção (achei ótimo) e fiz inscrição para Caiobá.

Mas tô na dúvida: Miami ou Penha?



















domingo, 20 de fevereiro de 2011

Internacional de Santos 2011


Apesar do Internacional ser uma prova dura, essa semana não teve polimento.

A idéia do Rodrigo era fazer um "treino de luxo" no Internacional de Santos, já que estamos trabalhando velocidade nessas últimas semanas.

A princípio, eu não gosto da organização do Internacional de Santos. Há problemas para fazer os bloqueios funcionarem, o kit e a medalha são incrivelmente ruins e, putz, de um mal gosto....

Além disso, esse ano ainda faltou água, segundo me relataram os amigos...

Apesar de ter uma história importante, passa a impressão de um amadorismo impressionante - se comparada as provas da franquia Iron, esse contraste é ainda mais evidente.

O Internacional parece que não quer se modernizar...

Isso, claro, nada a ver com o povo de Santos. Ano passado, quando tive um capote no centro da cidade, moradores (crianças e senhores, mulheres e homens) não sabiam o que fazer para me ajudar...

Mas o Internacional, sendo referência histórica que é, é o lugar onde quem curte triathlon se encontra. No meu caso, que conheço muita gente por ai, é um oportunidade impar para rever as pessoas que fazem Penha, Pirassununga, Caiobá, Floripa, Pucon e por ai vai...

Bom, para a prova esse ano, pude descansar um pouco no sábado. O Edú fez a gentileza de pegar meu kit. Nos encontramos pela manhã e fomos para o Boqueirão, onde seria a largada.

Comecei a natação sem aquecimento. Logo nos primeiros metros, senti os braços um tanto doloridos (mas não pesados). Falta de aquecimento? Pode ser, mas treino assim no Riacho e não constumo sentir isso...

Demorei um tempinho para pegar ritmo, mas me orientei bem entre as bóias, perdendo pouco tempo.

E só tive alguns problemas de tráfego com o pessoal retardatário da outra bateria.

E, olha, sobre isso vou ser antipático.

Quando as pessoas decidem fazer uma prova de triathlon e não tem grande experiência, não tem importância de que elas congestionem a natação. Não mesmo.

Dos fundamentos do triathlon, acho essa parte é, no meu modo de ver, a mais complicada - sobretudo no mar, porque você está em meio inóspito e com poucas referências de orientação.

E todo mundo passa por isso. Então, paciência dos mais experientes é o mínimo que se pede.

Entretanto, outra coisa bem diferente são as pessoas nadarem como se ninguém mais estivesse ao seu lado.

Gente, ao fazer o contorno das bóias, não vale bater a perna com violência. Também não vale usar a perna para dar golpes de karatê em quem está atrás, como fazem alguns que nadam de peito nessa parte.

Não vale nadar sem, pelo menos, tentar olhar para frente, evitando cruzar na frente de todos distribuindo socos. Não vale tentar passar por cima de outros, nadando como se você estivesse sozinho na raia da piscina do seu clube.

Hoje, dois retardatários me colocaram a nocaute: o primeiro, me pesada na barriga e o sujeito nem olhou para trás. E ele sabe que fez isso.

Outro, desferiu um chute no meu peito, bem no contorno da segunda bóia.

Quando emparelhei com um rapaz, esse da minha faixa etária, fomos nos batendo até que eu e ele parássemos. Eu, estressado por ter apanhado do pessoal retardatário, fiquei puto e chinguei (atitude típica do sujeito "besta quadrada", admito).

O sujeito parou de nadar e me encarou.

Mas continuamos.

Quem era? Sei lá, todo mundo de toca e óculos....

Só que, para meu azar, entre 1.300 pessoas nadando, o tal sujeito era o Edú Carvalho - apenas o sujeito que me apresentou ao triathlon e que me motivou a fazer a Ultra Bertioga-Maresias.

E a minha sorte é que ele estava feliz (vai ser pai) e me poupou de uns tabefes...

E eu merecia, porque o que eu fiz, não se faz...

Terminei a natação naquele mar (sem correnteza) para 27:4.

Fiz aquelas transições xexelentas que eu costumo fazer e fui para o pedal. O Rodrigo tinha pedido um contra-relógio de 40k e, o que viesse depois na prova, seria lucro.

Comecei o pedal com giro para me equilibrar e, quando me achei, logo desci para uma cadência pesada. Minha sensação foi que o vento, esse ano, estava mais tranquilo - ao contrário dos pelotões, que ano sim, ano sim, sempre estão lá.

Gostei do meu pedal. A despeito de me embananar naqueles trechos com curvas dentro da cidade, fiz um média de 34,5 km/hora (dados do Cateye), embora o tempo anotado na prova seja idêntico ao de 2009, isto é, 1:11:04 (média de 33,7 Km/hora) - explicado pelo acréscimo do tempo da transição.

Pedalei forte e senti as pernas também fortes. Ultrapassei mais do que fui ultrapassado.

Quando sai para correr, que é o mais tranquilo para mim, não sentia as pernas pesadas. Segurei um pouquinho para sentir a prova e, com o estômago cheio de líquidos, não era prudente (na verdade, é que não dava mesmo -rsrsrs).

Como sempre, cadência alta de passadas. Me senti muito bem nos primeiros cinco quilômetros. Mas, na segunda parte, tive dificuldades. Quando digo "tive dificuldades", isto significa que não consigo sustentar minha cadência de passada.

Alarguei a passada por mais ou menos trinta segundos - li sobre cansaço neuromuscular nos textos do Ironguides, algo sobre a pertinência de você mudar a cadência na bike ou mesmo andar nas provas por alguns instantes. Isso dá um "restart".

Nas duas vezes que isso aconteceu, mudei um pouco a corrida e minha passada "voltou".

Passei muita, mas muita gente, sobretudo nesses últimos quilômetros! A maior parte não aguentava o calor e andava.

Fechei a corrida para 49:44.

Já a prova para 2:27:53, cerca de quatro minutos abaixo do meu melhor tempo em triathlons Olimpicos até então. PB.

Óbviamente fiquei satisfeito com o resultado. Olhando para os caras que mandam bem (Sandro, Caio, Flávio entre outros), estou em boa companhia, ali pertinho.

Na minha faixa etária, entre 102 pessoas, fiquei em 30. Em 2009, também fui 30, mas tinham apenas 74 pessoas.

Para completar, 331 no geral.

Mas esse meu lado mais crítico diz assim: alguns minutos não indicam que você mudou de patamar. Para isso, o ideal teria sido na casa dos 2:20. ;-)))

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Você ouve o seu corpo? Então não ouça.

Essa semana, dando prosseguimento a planilha nova que o Rodrigo montou, não houve grandes alterações nos treinos - apenas a adição de um tantinho mais de volume a cada dia.

E, em resumo, a grande diferença em relação a semana passada é que não tive mais alterações de humor, embora me sinta um tanto mais cansado - principalmente quando corro pelas manhãs.

Trata-se de uma sensação física, não mental - o que é relativamente positivo, pois quando meu corpo reclama...

Bem, quando o meu corpo reclama....eu não tô nem ai (rs).

Ai alguém ai atrás do teclado pode pular e ficar bravo comigo ao profanar uma das verdades mais conhecidas e repetidas em revistas de especializadas, textos da internet, conversas de triatletas e por ai vai...

Pois é, eu não "ouço" o meu corpo...

Quem ouve o corpo, na verdade, vive do auto-engano que a mente prega nele.

Dúvida?

Então vai ai a prova dos nove...

Me senti cansado essa semana. A diminuição do volume e o aumento da intensidade tem um custo que se traduz em alterações hormonais que me deixaram meio que prostado ao longo do dia.

Mesmo sabendo que para os amadores o descanso dos treinos se dá justamente no trabalho (fico sentado quase o dia todo, lidando com outros problemas), quando treinava pela manhã, não me parecia que fosse chegar ao final do dia apto para o treino da noite.

E quando treinava a noite, parecia que um período de sono não seria o suficiente para correr no outro dia pela manhã, mesmo que fosse apenas uma corrida leve.

Mas, óia!!!!!! Treinei sempre!

E melhor que semana passada. E não foi só apenas durante a semana.

Quando chegou na sexta-feira, lembrei que tinha os simulado de sábado.

Meu ceticismo teimava contra os fatos.

Pensei: vou até tentar, mas vai ser pior que no sábado anterior. Estou realmente cansado.

Melhorei em 3 minutos.

A natação foi melhor. A bike, foi melhor. A corrida, foi melhor.

Uma vez li uma matéria na Go Outside sobre o Brett Sutton e lá pelas tantas um atleta dele dizia exatamente isso, que o Brett pedia certas coisas e a primeira impressão dele ao ouvir o roteiro de treinos era "impossível".

Mas sempre era possível.

Eu não gosto de ficar escrevendo sobre assunto técnicos sem conhecimentos para tanto. Não sou formado na área e meus conhecimentos do corpo humano se resumem ao aporte de coisas que leio em publicações que estão longe de apresentar qualquer "prova científica".

Mas é relativamente conhecido o fato de que o que sentimos é uma interpretação do cérebro sobre as informações que ele recebe do corpo humano.

Ninguém "ouve o corpo". O que "ouvimos" é o cérebro.

E o cérebro tem lá seus mecanismo de defesa. Ele pode ser extremamente conservador.

Claro, sem exageros. Ninguém vai achar que eu esteja sugerindo que o sujeito, mesmo sentindo sintomas de um ataque cardíaco, continue correndo porque o cérebro estaria fazendo arte...

Mas o que ninguém considera é que sempre há uma grande possibilidade de confundirmos os sinais ou nos sujeitarmos ao auto-engano.

"Ouvir o corpo" é uma daquelas noções que se transformou em verdade absoluta, mas muito utilizada por aqueles que tem um repertório de desculpas bem pequeno para não ir treinar.

Em termos de banalidade, só perde para aquele outro chavão:"descanso também é treino"

Pronto, falei!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Semana de Treino

Chegou a planilha do Rodrigo e a coisa mudou mesmo!

A primeira coisa que ele fez foi dar um "cavalo de pau" nos meus treinos de volume.

Houve um forte redução do número de horas de treino e a aplicação de mais intensidade.

Desde do Iron do ano passado e com a sequência de provas que vieram posteriormente, todas elas com no mínimo 5 horas de duração, eu estava bastante habituado a fazer treinos longos. Não apenas fisicamente falando, mas sobretudo no aspecto mental.

E foi essa a maior dificuldade que tive na semana, isto é, "me acostumar" com a redução do volume. Por outro lado, meu corpo também reagiu de forma estranha, um tanto "esquizofrênica".

Na segunda-feira, treino em dois períodos. Pela manhã, um treino curtinho, com 10 minutos de aquecimento, 4 x 4 minutos forte e 10 de trote. Fiz, mas não me senti confortável - mas decorrente do treino de bike do dia anterior, que foi bem puxado.

A noite, piscina: treino com com séries de tiros de 25 e 100 metros, com períodos de descanso bem tranquilos entre as séries. Bom, eu vinha de treinos intensos (séries com 800 metros TT) na piscina e não foi fácil me segurar na borda da piscina.

Senti uma irritação braba e uma angústia infinita - por instantes, pensei em ceder para o lado escuro da força ;-)))).

Só que esses treinos compensam. Depois de tudo, ao sair da academia, me senti bastante revigorado e até feliz.

Isso é uma arte entre no IG - eles são capazes de propiciar treinos que estão no limite de te deixar com uma certa sensação de euforia.

Pois bem, na terça-feira, treino de rolo a noite. Resolvido o mistério de tanta câmera furada no rolo (era a porcaria da fita que estava com ponta), fiz um treino progressivo bem curto, sendo que pela primeira vez experimentei treinos no rolo com cadência de 100 ou mais rpm´s no inicio, sendo seguida de alguns poucos minutos (8, 4 e 2 minutos) com intensidade moderada, forte e máxima.

Outra vez gostei do treino. Intensidade, mas sem aquela coisa se sentir asfixiado, muito comum em treinos de VO2.

Quarta-feira, começa com uma corrida pela manhã, tal como na segunda. Uma hora fácil. Aproveitei para correr no Campo de Marte, só que desconfio que meu corpo puxou um tantinho mais do que deveria.

Sempre que começo um treino livre, eu deixo o ritmo fluir. Mas meu corpo estava entendendo "fácil" diferentemente do meu cérebro. Corri aparentemente em ritmo confortável. Aparentemente....

A noite, natação. Aquecimento de 12 x 50 (sendo 3 fácil e 1 forte) e 18 x 100 metros, com palmar e pulbóia, com 1 minuto de intervalo. Quando olhei pensei: isso tá muito, mas muito fácil mesmo!

E um minuto de descanso é quase uma eternidade....bem, como diz o Jorge, se é para treinar só isso, não vale a pena nem sair de casa...

Eu fiquei de mal humor. De novo!

Mas terminei o treino com os braços tão pesados e, diferentemente do treino de segunda, minha percepção sobre o cansaço se alterou radicalmente.

Eu estava me sentindo um lixo! Será que puxei muito a corrida pela manhã?

Fui trabalhar na quinta e me senti muito cansado. Mal tinha dormido na madrugada anterior.

A noite, havia na programação um treino com o rolo. Por um triz não fiz. Cheguei em casa, sentei no sofá e tirei um cochilo. Acordei e fiquei com a má vontade - mas era treino de força, curtissimo, Big Gear...tá ai um treino que gosto bastante e, quase sempre, me deixa bastante revigorado.

Fiz! E me senti um pouco melhor. Mas isso não durou muito....

Tinha uma corridinha de 40 minutos fácil na sexta-feira pela manhã. Só que foi duro!!!! Não me senti bem. Os primeiros 20 minutos foram de grande desconforto. Nada de dor ou algo no estômago...o corpo apenas não queria correr.

Na metodologia do IG, quando isso acontece, eles te pedem para tentar 20 minutos. Se ainda assim você se sentir mal, ai você para mesmo porque não vai rolar...

A sensação de desconforto não desapareceu, mas depois desses minutos iniciais diminui o suficiente para eu terminar a corrida. Fui trabalhar e me senti péssimo...

Mas para quem não vive do triathlon, enquanto se trabalha se descansa. E a noite eu estava melhor para fazer as séries de 50 metros bem tranquilas na piscina. Todas fáceis.

A sensação de cansaço tinha sumido novamente - mas nada garantiria que ela não voltaria no final de semana. Fiquei meio de zóio....;-))))

Sábado será dia de simulados de swinbikerun (sprint) que passarei a fazer no Riacho Grande. Quando comentei com o Rodrigo que tinha a disponibilidade do Clube do Borracheiros, ele não pensou duas vezes em indicar esse treino para aproveitar a infraestrutura do lugar.

O Mota e o Luiz, que treinam lá, me deram as indicações (thanks Fellows!!!) e fui para lá com um pouco de receio em função do meu estado. Cheguei cedo, encontrei o Júlio Vicunha, que é responsável pelos simulados lá e que me falou do percurso entre as bóias e coisa e tal...

Estava um dia bonito pra burro e a água estava sensacional. Mas deixei a bike ali, encostada no carro, o tênis perto...enfim, apesar do Rodrigo ter pedido para fazer a transição como nas provas, eu vi que ali não dava. Resolvi marcar apenas os tempos da natação, da corrida e do pedal....

(Semana que vem, vi onde o pessoal deixa as bikes ou comprar meu próprio suporte....)

Bom, a natação eu quase gostei, mas não sei se deveria. Ao invés de fazer um aquecimento, iniciei o simulado já nadando forte, aproveitando que outras pessoas tinham pulado na água.

Mas considero que até nadei bem, na casa do 15 minutos, apesar da sensação de braços cansados. Por quê não sei se deveria ter gostado? Porque eram esses os meus tempos no TB. Parece que não evolui.

Claro, bem sei que poderia ter feito outro raciocínio, mais ou menos assim: apesar de ter feito meu último sprint a pelo menos 2 anos atrás, continuo mantendo minha velocidade na natação.

Mas, faz parte da minha psicologia a opção número um (rs).

Fui para a bike e tinha pouquissima gente no Riacho. Dava para fazer um pedal limpo (aliás, que diferença em relação ao congestionamento de carros, corredores e ciclistas da USP!!!!!).

Puxei forte, mas sem o aquecimento das pernas, essas também sentiram o esforço e ficaram pesadas - fiz 21 km com média de 33,8 km/hora - mesmo considerando que o trajeto do Riacho é duro, mostra que eu preciso melhorar demais.

Pois tem gente que faz isso lá para 100 km e acha que treinou mal...

Sai para correr e, como sempre, o pedal nunca compromete a corrida (pelo menos de um jeito que eu perceba imediatamente) e já comecei forte com as pernas soltas.

No Riacho, descendo e subindo, 5 km em 25 minutos. Gostei médio.

Finalizei todo simulado em 1:18 (sem transição).

Em Santos, lembro que fazia em torno de 1:16 com as transições.

Mas sai de lá feliz, porque o dia estava realmente bonito e você fazer um treino curto sem problemas de consciência no sábado é uma coisa a qual eu estava completamente desabituado.

No domingo, estava previsto apenas um pedal de 3 horas fáceis. Outro dia no Riacho e outro dia bonito. Aproveitei a companhia da Deise e fizemos um pedal relaxado, as vezes explorando mais o giro, as vezes explorando uma cadência baixa.

O saldo da semana foi bastante positivo. Apesar do meu corpo ter reagido de forma meio errática com a redução dos treinos, eu realmente estava precisando diminuir o volume.

As vezes, você só percebe essa necessidade quando efetivamente põe isso em prática. Depois de um fase longa de esforço longo, fazer um treino de uma hora e ainda se sentir motivado é muito bom!!!

Até a vontade de ir treinar no final de semana voltou. Quantas vezes substitui as idas ao Riacho por treinos de três ou quatro horas de rolo?

Só espero que o tempo se mantenha assim, firme. Eu gosto do frio, mas para treinar nada é melhor que o tempo que está fazendo agora....