segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Long Distance Pirassununga

Correr o meu primeiro Long Distance em Pirassununga, terra da cana, é uma experiência difícil de se compartilhar.

Você passa cinco horas como um bóia-fria, mas que toma gel....

A semana do polimento é uma semana "estranha", em que eu não me sinto muito bem. O Vinícius já me disse que isso é normal. Só que agora foi um pouco pior, pois no spinning de quarta-feira, fraquinho, senti um pouco de enjôo. Na quinta, comi algo que me fez mal e vomitei pra cacete! Na sexta-feira, nadando na boa, de novo enjôo. Enfim, eu estava me sentindo meio estranho e a alimentação não foi das melhores...

Fui para Pira sábado, com o Marcelo, Chico e Daniel - esse último passeando com a gente e levando o carro. Um parênteses: quando tirei a bike do carro minutos antes da prova, percebemos que o bico da camera estava quebrado, mesmo depois de ter saído da revisão da oficina dois dias antes. O Daniel, que é craque, não deixou estressar - arrancou o pneu com os dentes e trocou a camera em dois segundos.

Acordei as 3 da manhã e não dormi mais. Como estava num quarto com mais quatro camaradas, fui tomar banho, ir no banheiro, ficar lendo...

Ai fui para a prova. Vamos a ela:

Na natação, você faz duas e como nadei fácil! Mesmo sem o neoprene, parecia que eu estava fazendo treino de volume com palmar. Não sentia meus braços fazendo força...só deslizava na água, pegando as esteiras aqui e ali.Só na segunda perna é que não foi legal, porque a mulherada veio de trás
e, cacete velho, tinha algumas querendo nadar debaixo do meu suvaco!!!! Não dá! Passou um sujeito que não tava nem ai, batendo a perna como um louco. Se pega em alguém, machuca. Por pouco, mas olha, por muito pouco, não tirei o chip da perna dele! Então a segunda volta não foi tão boa porque me desconcentrei, mas não fiquei cansado e sai para a transição correndo.

A bike, bom quem disse que aquilo lá é plano? E um vento lateral simplesmente absurdo numa reta enorme de um trecho descampado! Como eu tinha treinado no Riacho Grande, que tem um trajeto muito parecido, usei a mesma estratégia que uso lá. Relação pesada o tempo todo - coroão e, atrás, roldana menor. Notei que POUQUISSIMOS estavam pedalando como eu - tirando o Colucci (rs) que me pegou no começo da terceira volta e parecei pedalar em câmera lenta de tão pesado. Nos trechos mais difíceis, lembrei do Vinicius e fiz o que ele pediu - aprenda a descansar com marcha pesada a 60 rpms! Foi exatamente o que fiz. Nas subidas mais longas, eu voava com a essa cadência e passava muita, muita, gente. Era como se eu flutuasse sobre o chão. Parecia que eu estava em outra corrida.
Não exagerei, não fiz nenhuma rachinha e segui o ritmo que encaixava melhor - depois percebi que não dava para ser mais lento ou mais rápido. Foi natural. Além disso, tomei gel e gatorade e não senti cansaço, mas acabei a bike com um pouco de dor na lombar...

Na corrida, novamente, não senti as pernas presas no início. Nada! Sai com as passadas curtinhas, 92 rpms. Mas, sem sinalização de quilometragem, não consegui seguir a sua estratégia. Eu estava em um vôo cego! Apesar de me sentir, pelo menos no começo, "descansado", optei por correr os primeiros 10 km com o freio puxado. Quando passei dos 12 Km, ai o calor pegou forte e fui perdendo a fluidez. Algumas pessoas começaram a me passar, mas sempre que eu optava por abrir a passada, meu rendimento caia e era pior. Como eu iria lidar com aquilo? Ai, lembrei de um cara com a camisa do Iron no Riacho, fazendo um longão. Ele corria ereto, cabeça erguida, sem sofrimento e passadas curtas também. Ai, fiz como ele, porque além da técnica, eu também não iria perder a postura para sair legal nas fotos !!! (rs) E me lembrei que só tinha um objetivo - terminar a meia-maratona em menos de duas horas . Bom, mas depois que eu saí do canavial, aquela parte de terra, já na segunda perna, ai foi duro! Não quebrei, mas não tinha nenhum poder de reação para conter alguém ou força para dar um tiro...Foi a pior parte da prova, um sofrimento daqueles...só não perdi a pose! (rs)

Nessa parte, me questionei se realmente eu teria como fazer um Iron completo! Minha mente se encheu de dúvidas! Pensei como seria difícil, se realmente tenho condições físicas de conseguir alcançar isso. O lado escuro da força estava ali, me seduzindo! Quase debandei para o time do Darth Vader...

Terminei a corrida em 1:55, um tempo só um pouco superior a minha primeira meia, no pacaembú (1:50).

Um ponto que eu evoluí foi na hidratação: pegava dois copos em todos os postos, um para beber e outro para me molhar. Dica do Júlio, que me chamou a atenção no dia anterior na feirinha e já tinha competido lá. Entretanto, meu estômago estava com muito líquido e isso me incomodava demais - passei então a tomar água, mas não engolia.

O resultado final de prova inteira, foi até bom, porque, conversando com os meus amigos, eu achava que iria terminar em 5:30 (ou 5:40, já que há sempre as transições).

Mas eu tive penalidade (injusta!) e o resultado será de 5:23, porque foi acrescido 8 minutos.

Só que, na verdade, foi de 5:15. Bem acima das minhas expectativas.

Mas eu acho que o mais importante é como a prova toda foi feita condicionada pelo treinamento, desde da sensação de estar com um palmar na natação, passando pela cadência pesada na bike, até a corrida com passadas curtinhas.

Natação: 35.54
Bike: 2:44
Corrida: 1:55 ( mais 8 de punição) 2:03

Fiquei em 25 entre 62 na faixa etária 40-44 e 210 entre 432

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