domingo, 26 de dezembro de 2010

Semanas de Treino Pré Pucón

Nessas duas últimas semanas que não publiquei nada sobre os treinos decorre um pouco do fato de que o último post já traça a rotina de atividades que tenho durante o mês. Pouco coisa muda de uma semana para outra.

Tenho conseguido manter essa rotina de treinos, mesmo no final de ano. Entretanto, o que me deixou um pouco mal foi uma gripe e uma tosse que me obrigaram a, uma vez aqui, outra ali, mexer nos treinos ou mesmo não realizá-los.

Como disse antes, o coach vem trabalhando bastante com treinos de qualidade, focando em atividades com mais alta atividade. Os longos se resumem a duas horas de corrida no sábado e três horas no domingo.

Mas, não sei se por conta de estar um pouco debilitado, os treinos de intensidades voltados para o aumento da capacidade de VO2 me deixam bastante irritado. Como sou bem disciplinado, se a planilha pede algo "forte" na piscina, no pedal ou na corrida, então eu faço valer.

Só que tenho a sensação de que tenho apenas metade do pulmão me ajudando.

Além disso, eu confesso que não tenho prazer em exercícios de intensidade: me peça para ficar quatro horas no rolo e correr outras quatro que não vou reclamar.

Mas fazer 15 minutos no pedal em ritmo Time Trial é uma sensação sufocante que eu acho quase intolerável.

Demorei um pouco para entender, mas a verdade é a seguinte: EU NÃO GOSTO DE SENTIR DOR!

Acho que isso é uma coisa me impõe um limite enorme em busca de resultados. Quando vemos os desempenhos entre a elite ou na cabeça das listas dos age groups, pode ter certeza que estamos diante de pessoas que possuem uma capacidade de tolerar a dor muito além da média

Mas, pelo amor de Deus, não vamos simplificar e achar que isso decorre de mantras, livros de auto-ajuda ou das frases clichês do Lance Armstrong.

Em parte, isso é treino. Em parte, também é herança biológica. Talvez uma outra parte seja um dado estado psicológico do indivíduo (mas nada a ver com "mentalização").

No meu caso, considero que disponho de uma considerável dose de disciplina mental para treinos longos. Do ponto da aptidão puramente física, meu condicionamento também é bastante favorável a provas de longa distância.

Mas quando eu penso que vou fazer um treino que vou ter que dar duro durante 15 minutos que seja, meu estado psicológico se altera a tal ponto que mal tenho vontade de sair de casa.

Isso não significa que não cumpro os treinos nem que os despreze. Pelo contrário, artigos e mais artigos insistem que treinos de qualidade e alta intensidade são tão ou mais importantes que os treinos longos e, vejam ai que enrascada a minha: tais treinos são ainda mais importantes conforme avança a idade....

Enfim, não bastasse exame de próstata, mais essa....;-))))

Outra coisa que me incomoda é que não tenho feito muitos treinos de pedal na rua. Realizei apenas um na USP depois de Pirassununga...e pela metade - um aro da roda traseira estourou e tive que parar...

Aliás, foi estranho - ouvi um estrondo, como se alguma peça tivesse se desprendido da bike e sido arremetida no chão. Com força.

Desci da bike, olhei em volta e nada no chão. Mas a roda ficou desalinhada. Tirei, coloquei novamente e não consegui girar. Até então, eu não entendi o que tinha acontecido.

Levei no Marcola e lá o Fernando sacou rapidinho. Aro estourado. Aliás, descobriu outra - a gancheira do câmbio estava trincada...

Bem, melhor ter acontecido agora.

Mas vou dizer uma coisa - quebrou a corrente, você arruma. Furou a câmara, você arruma. Rasgou o pneu, até isso você é capaz de arrumar.

Mas se estourar aquele raiozinho da roda...ai você senta e chora, porque a prova já era....








segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Treino da Semana

Depois de uma semana totalmente off, comecei a seguinte com a rotina de treinos de sempre...

Mas não está "off-season" ainda? Engraçado o número de matérias sobre esse assunto nessa época do ano.

O problema é que tudo é muito repetitivo. Pouca gente tem coisas a acrescentar sobre esse assunto.

Tenho quase certeza que os que lêem sobre essa rotina de provas e treinos, podem pensar que logo logo o dono desse blog vai entrar em estado de "overtraining".

Mas o mundo é bem complexo que clichês tipo "Treino também é descanso" dão a entender....

Sim gente, isso virou clichê.

E notem: o grosso dos que falam sobre overtraining é exatamente aquela parcela de pessoas que menos se expõem a isso de fato.

Notaram?

Mas voltando ao principal, acho que se peca demais por falta de foco. As vezes (ou quase sempre) as abordagens não distinguem as particularidades dos amadores ou daqueles que competem nos chamados "age-groups".

Tem um artigo do Marc Becker que acho perfeito. No fundo ele diz que apenas os triatletas profissionais de fato precisam de descanso tal como você e eu entendemos "descanso".

Nós (ou a maioria de nós) amadores, temos outro estilo de vida. Passamos o dia sentados ou, por compromissos familiares ou profissionais, nosso treinamento é repleto de lacunas. Nesse sentido, ao invés de um planejado day-off, seria mais interessante que a nossa rotina e os imprevistos que ela impõe fossem utilizadas como descanso.

No fundo, nós que trabalhamos no setor de serviços da economia, temos uma cota de "descanso" (ou"não atividade") superior aos que precisam usar suas habilidades físicas todo dia, a toda hora.

Mas reclamamos mais que eles...(isso sou eu que estou dizendo...;-))))).

Isso não significa que as pessoas não precisem de alguns dias, quantos forem, sem treino.

Mas, pelo menos na minha opinião, essa parada decorre mais de um alivio em relação ao transtorno mental que os treinos impõem do que esgotamento físico propriamente dito.

Por isso, gosto das pessoas que dizem "agora eu vou parar para poder ficar com a familia, filhos, viajar, andar de montain bike, surfar ou simplesmente acordar tarde no final de semana para ler o jornal na cama...."

"Descanso" aqui tem que ser visto como descanso no sentido mais preciso do termo. Ponto.

De outro lado, em relação ao meu calendário (e também considerando a minha idade), o período off-season é de treinos curtos e intensos, com volume restrito. A vantagem é que treinos assim são reparativos, podem ser utilizado para ganho de velocidade ou o desenvolvimento de novas habilidades sem prejuízo dos ganhos obtidos ao longo de todo ano.

Em resumo, "descanso também é treino" é um desses clichês que poderiam ser banidos do vocabulário dos amadores sem o menor prejuízo.

Tem outras coisas que precisamos repensar, deixar certas posições de lado sem medo porque elas foram pensadas para um universo na qual nós amadores não fazemos parte.

Heresia? Olha isso aqui http://www.ironguides.net/news/428.html

Bom, mas em janeiro tem Pucón!

E o coach já definiu a estrutura de treinos até lá.

É o tipo de treino que me faz sofrer pra burro. Em resumo: ele está investindo em intensidade.

Segunda-feira, é dia de natação. Depois de um aquecimento, são tiros de 25 metros, depois 50 metros em ritmo moderado, voltamos para os tiros de 50 metros e, para dar uma aliviado no sistema cardiovascular (mas não nos braços) 300 metros com palmar e flutuador. Ai você percebe que seus braços estão bem cansados e...descansa? Não, faz a série toda de novamente....:-((

Terça-feira é uma rotina que começa com um corrida leve pela manhã. Coisa de 30 ou 40 minutos. Mas a noite, você pega a bike, põe no rolo e faz treinos de VO2. Tiros de 2 minutos com intensidade forte 3x, depois 90 segundos 4x, ai 60 segundos 5x e termina com mais e 30 segundos 6x. O intervalo é idêntico ao período de esforço. É o tipo de treino que me deixa estirado no chão da sala depois de feito...

Quarta-feira, uma corrida de 60 minutos pela manhã (fora aquecimento e desaquecimento), mas com intensidade moderada. A noite, 45 minutos de natação com pulbóia e palmar, progressivo.

Quinta-feira, um treino de transição na academia: pedal forte com alta intensidade e intervalado. Na sequência, esteira com períodos de intensidade fácil a moderada. Não considero dos mais difíceis, mas é uma novidade, pois treino de transição mesmo eu só fazia aos sábados e domingos.

Sexta-feira, piscina novamente. E daqueles treinos de intensidade que "doem até". Imagine 1.500 metros com tiros de 100 metros com míseros 30 segundos de intervalo. Quando você começa a tomar fôlego, tem que sair a mil novamente.. Os braços ficam imprestáveis!

Sábado, 3 horas de pedal com uma corrida de 30 minutos. Bom, nesse sábado, voltei para a USP. E fazia tempo que não pedalava lá. Nada mudou. Chego, o sol ainda não nasceu. O piso da Raia é tão ruim, é tanto tranco, que tudo pula! O capacete só não vai parar na Marginal Pinheiros porque tá com a fivela....

Domingo, é dia de longuinho. Coisa entre uma hora e quarenta ou duas de treino. Mas, como fui ver os amigos no TB de Santos, corri apenas uma hora por lá - mas não me senti bem, não.

Depois fui nadar com o Alberto, que fazia sua estréia no triathlon e fui ver a chegada dele e do Edú.

O dia valeu também por ter ficado de papo com a Guda e a Claudinha, além de ter revisto o Caio, Gabi, o Edú Carvalho, Felipe...putz, tanta gente!!!

Nunca tinha ido a uma prova para curtir. Gostei da experiência!