Uma história curta. Depois de muitos tombos e nenhuma aptidão para lidar com algumas habilidades básicas desse esporte, quebrei o braço. Percebi que o estresse para ficar em cima da bike era maior que o prazer de pedalar, mesmo que fosse uma turma bacana, que todo final de semana ia para Campinas fazer trilhas.
E o pessoal do mountain é bem mais "safo"que a graaandeee maioria dos triatletas - enquanto a maioria desses mal tem coragem de pelo menos tentar tirar a roda de traseira par fazer algum reparo, os mountain bikers sabem fazer manchão e dar um jeito em um rasgo no pneu com duas embalagens de gel.
Ou seja, solte em um trilha um triatleta e um mountain bike e deixe os dois ao Deus dará, sem bomba, câmara, barrinha de gel, gps, telefone celular, talher, guardanapo....(rs).
O segundo volta pra casa. O primeiro, morre.
Quando o Daniel Hamada andava com a gente e via aquela dificuldade toda para colocar uma corrente no lugar, trocar uma câmara ele brincava "Garoto de apartamento é brincadeira...".
Lembro dessa história porque, definitivamente, estou virando um "triatleta de apartamento".
Talvez não no sentido que acabei de descrever - ou talvez não em seu sentido pleno...;-)
Deixa eu explicar.
Tenho uma rotina de treinamento relativamente pesada para um amador. Mas ter quase tudo a mão facilita um pouco a minha vida.
Vou a pé para a academia onde nado. Treino em uma boa piscina de 25 metros nas manhãs de segunda, quarta e sexta.
Nesses dias, também corro a noite no Campo de Marte. E sem precisar fazer uso do carro para chegar lá.
Mas pedalar...pedalar não dá!
Morando em Santana, não tenho outra opção para a bike se não meu próprio apartamento. Usar as Rodovias, a USP ou o Riacho Grande (esse último em São Bernardo do Campo), apenas no final de semana.
Teóricamente, isso funciona bem.
Mas, fazendo as contas, tenho percebido que estou, cada vez mais, treinando dentro de casa. Entre o Iron e Penha e entre Penha e Pirassununga, ano passado, me recordo de ter feito apenas 2 treinos de pedal fora de casa.
Mesmo os mais longos, foram no rolo.
Nesse semestre, estou treinando mais em locais abertos.
Só que o clima virou uma loteria sábado e domingo.
O resultado é que estou novamente sendo obrigado a fazer treinos longos no rolo.
Vejamos como é minha rotina atual...
Durante a semana, os treinos de rolo visando aumentar a capacidade de VO2 e força são ótimos. Conforme venho descrevendo, esses ocorrem as terças e quintas. Como inverti a natação e a corrida segundas, quartas e sextas, nadando pela manhã e correndo a noite, a combinação ficou boa porque 1) durmo melhor e não tenho mais problemas de renite e 2) me dá um tantinho mais tempo para descansar.
Mas houve um aumento de volume na planilha no final de semana. Aos sábados, há um treino de transição relativamente tranqüilo, pelo menos se comparado com os sprints que eu fazia visando o aumento da velocidade.
Aos domingos, tenho um pedal de 4:30 e um corrida de 30 minutos em seguida.
A primeira coisa que fiz foi escrever para o Rodrigo, mais ou menos assim:
"E ai, se chover no domingo? O que faço para adaptar 4:30 de road para um treino no rolo?"
Ele, "Arruma mais toalhas"...
Pois é...;-)))))
E foi justamente o que aconteceu no domingo. Fiz o treino de sábado no Riacho, vi o Mota, pedalei com a Deise e encontrei o Léo, que vive me gozando no Face justamente de tanto treino que faço no rolo.
Comentei com a Deise que havia previsão de que o tempo iria virar. E virou.
Acordei cedo, olhei o céu. Aquela angústia...vai continuar chovendo ou não?
Na Internet: 80% de probabilidade de chuva...
Inconformado, armei o rolo e comecei a pedalar, tentando fazer o treino de 4:30. Consegui.
Só Deus sabe como, mas consegui.
Apesar de algumas pessoas acharem que a dificuldade mental é grande para treinos longos, o problema nem é tanto esse.
A questão dos treino no rolo é que fisicamente ele é brutal. Você sente que, a partir de determinado ponto, sua condição se deteriora - seja porque a desidratação é tamanha que você não consegue repor os liquidos, seja porque a musculatura é exigida de forma tão intermitente que o desgaste inviabiliza a continuação do exercício.
Minha estratégia para aliviar as pernas foi parar dois minutos a cada 1 hora para pegar mais água ou comer uma bisnaguinha com banana.
Só que a água que sai do seu corpo é tanta que o negócio fica nojento. Toalhas e toalhas não evitavam que eu pingasse pela sapatilha.
Há vantagens nesse tipo de treino. Matéria recente com o Andy Pots na Inside Triathlon diz que até 2009 seus treinos de bike eram diários, entre uma e duas horas e basicamente indoor, voltados para ganho de potência e velocidade.
Acho que isso é uma tendência. Treinos de qualidade no rolo tendem a ser mais eficazes.
Mas os treinos de longa duração continuam sendo fundamentais e acho que esses devem ser feitos, na rua.
Primeiro, porque a eficiência do pedal no rolo tende a ser marginalmente decrescente...ops...deixa eu colocar a tecla SAP para os não economistas: quando se passa de um determinado ponto, cada minuto a mais de treino tem ganho menor que o minuto imediatamente anterior, até o momento em que o esforço tem efeito nulo e não trás benefício algum.
Segundo, na rua se passa mais tempo clipado, fortalecendo os músculos do pescoço que serão utilizados na posição aéro durante o pedal o Iron. No rolo, quando se faz mais força ou o desgaste é grande, há uma tendência de se pedalar com a cabeça baixa.
Bem, por essas e outras, tentarei retomar uma distribuição mais equilibrada dos treinos.
5 comentários:
Mr, essa vai ser a prox aquisicao.
Vai ajudar muita na logistica e nos treinos q vc fala.
O wlad tb eh fa de um rolex, o xara tem um computrainer e ai ja viu.
Abx.
You are my hero!!!! Já te falei isso.. Nos meus treinos mais duros eu lembro de você e vejo que meu treino não é nada comparado com o seu...
O Tori tá ficando famoso...rs rs rs
Vagner, como comentou o Xampa, eu sou um dos maiores adeptos do treino em rolo. Para vc ter uma ideia, tinha uma grana e fiquei na duvida se comprava um par de rodas zipp ou o computrainer. Foi quando liguei para um grande amigo, q ja tinha os dois itens, perguntei a opniao dele... De cara ele me fez duas perguntas basicas, "vc ja pedala acima de 35 km/h de media e qtas provas longas vc faz por ano ?" Minhas respostas foram, não e 2 no maximo. Entao ele disse "compre o computrainer e vá treinar, po"
Aqui no rio tivemos alguns acidentes na estrada, ate fatais. Alem disso se gasta quase 3h (ida e volta)de deslocamento, que poderiam ser utilizadas no treino ou dormindo mais um pouco.
Enfim, faço parte deste grupo de "garoto de apt". Para pira ano passado fiz todos os longos de bike no computrainer, consegui fazer na perna de bike meu melhor tempo na perna.
Agora nesta minha nova fase, ja mandei 5 horas no rolo, mas existe uma dica importante. Coloque um ventilador apontado para vc, ele te ajudará com certeza a controlar esta "desidratacao" forcada.
Grande abc,
Wlad
www.triathlonsemgluten.com
Vagner
Também sou adepto do rolo, até por que acho muito perigoso ficar pedalando na BR, que é o único local que temos para pedalar aqui em Curitiba, fora o Velódromo. As vezes também da para pedalar no Autódromo Internacional de Curitiba (mais não sempre), vale muito a dica de usar o VENTILADOR (eu uso e recomendo), com certeza você vai sentir uma diferença enorme nos treinos (vai suar muito menos), achei muito pequeno o intervalo de 1 minutos apenas nesse seu treino de rolo, pare e descanse um pouco mais (uns 4 minutos pelo menos, come alguma coisa e veja que você vai pedalar com um novo gás).
Bons treinos...
Vagner,
Nunca gostei do Rolo.
Prefiro a Tina - desde moleque.
Abraços,
Joel
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