Bem, para quem leu o post anterior - nada aconteceu de errado na prova.
Mas, não se enganem, pois meu pressentimento estava certíssimo. Não deu nada errado porque não deixei.
Tirado o caco de vidro do pneu, levei para a revisão, colocaram um pequeno manchão e lá aprendi a usar os cilindros de CO2. Ou seja, tudo que estava me causando ansiedade, eu tentei resolver.
Mas, não que, ao colocar a bike no
carro para a viagem, o mesmo pneu estava mucho!!!!
Éééééééé.
O jeito foi procurar o pessoal da Kona Bikes que estava em Penha. Deixei lá e, no outro dia, o mecânico que fez a troca me explicou que a câmara estava mordida.
Bom, sai na quinta ainda de madrugada. Sei lá o porquê, comprei um GPS que, teóricamente, estava com os mapas atualizados.
Putz, ainda bem que eu sabia mais ou menos onde onde fica Penha, porque se fosse seguir o tal GPS provavelmente estaria na Patagônia pedindo informações de como chegar em Santa Catarina.
Cheguei quebrado. Antes de ir para o hotel, passei pelo parque, peguei o Kit, comprei as coisas que me interessavam na Expo. O hotel ficava ao lado do Parque Beto Carreiro. Dava para ir a pé! Uma beleza.
Dormi um pouco. Acordei. Assisti um tantinho de novela porque não tinha canais pagos no quarto (só por isso, bem entendido). Enjoei. Tirei da mala as leituras programadas. Primeiro, finalizei um livro dos anos 80 que nunca tive saco de pegar, que é o conhecido "Cem dias entre o céu e o mar", do Amyr Klink. Não me arrependi, mas certamente esperava mais.
Depois comecei a leitura da biografia do Agassi, como comentei anteriormente. Numa tacada, foram 50 páginas - a narrativa é ótima, tiradas sarcásticas e inteligentes de um cara que sabe da vida mais que jogar tênis.
Bom, dormi. Levantei na sexta-feira, tomei café de hotel e me internei no quarto, esperando a chegada do Edú e do Felipe. Chegaram pelas 11:00 e fomos almoçar no "Tio Patinhas", porque
"lá disseram que a comida era boa" e que era "pertinho". Bom, boa não era mesmo, muito menos "pertinho".
Quando comentamos com o pessoal do Hotel, eles deram risada (mas ainda eram risadas). "Quem indicou?". Dissemos que tinha sido "o cara da portaria do Beto Carreiro".
"O cara da portaria?????"
Ai a gargalhada foi geral!!!!
Me senti um pato! Um pato em pessoa!!!!
Mas, enfim, fomos a feira e lá encontrei o Kiko (foto abaixo), que eu conhecia apenas virtualmente por meio do Blog dele e batemos um papo! Gente finíssima e terminou a prova com muita cãimbras e muita raça também!
Depois, fomos todos entregar o bike e as sacolas. No grupo já se somavam o Leopoldo,
o Caio e todas as respectivas amigas, noivas, namoradas e esposas. Tudo certo, tudo tranquilo. Todos já tinham experiência do Iron e não havia necessidade de acompanhar o Congresso Técnico porque a dinâmica é basicamente a mesma.
Fomos fazer um reconhecimento do percurso de bike e, depois, direto para o hotel.
No outro dia, já na área de transição, o Artur do Blog Triathlon um estilo de vida me chamou e na hora eu o reconheci, apesar da nossa comunicação ser apenas virtual também. Foi o único que dos que eu conhecia lá que fez a prova em menos de 5 horas, mesmo tendo participado do revezamento do Long Distance Rio duas semanas antes.
Bom, já na praia, fiquei junto com o Felipe e o Edú. A água estava muita fria e a gente (pelo menos eu e o Felipe, porque o Edú é insondável), nervosos.
Esse estado psicológico é involuntário. Não é pelo resultado, não é pelo desempenho, não é pelo medo de não ter treinado. Simplesmente acontece. O Agassi comenta que cada um lida com isso de um jeito. Correndo para o banheiro é uma delas. Mas esse momento já tinha passado.
O problema é que a largada é quase um susto. De repente. Não dá tempo para nada. Você ouve uma buzina e se joga para frente. Não dá tempo de raciocinar e muito menos começar a prova "numa boa", "tranquilo".
Abre Parênteses.
Engraçado é que os que sempre falam assim são são os primeiros que partem deseperadamente para água quando a largada acontece. Podem ver, saem lá de trás com tudo e vão pra cima mesmo! Parece até abertura de loja de departamentos em liquidação depois do final do ano.
Fecha Parênteses
Comecei a natação forte, seguindo a linha de nadadores na minha frente. Apanhei pouco. Só um pouco. Mas sair forte tem um custo e meus braços já estavam cansados logo na
primeira bóia. em compensação, não tive problemas para me localizar e fiz um natação forte.
Só que, no meu caso, não importa se é forte ou fraca, eu sempre faço em torno de 37 minutos.
A T1 demorou. Quase 5 minutos.
Fui para a bike e sai para o pedal mais puxado que já fiz na vida. Conversando com as pessoas que fizeram a prova, todos reconheceram que o pedal estava mais para um Triathlon Olimpico do que para um Meio Iron.
O piso da estrada era excelente e os aclives não eram tão fortes, favorecendo a percepção geral de que o pedal seria "fácil".
Bom, se você pedala 90 km em ritmo de TT, você deve reconsiderar seu conceito de "fácil".
Doeu!
Obviamente, muitos pelotões. Chateia. Como diz o Chico Ironman, usar o vácuo é o mesmo que cortar caminho. Achei a fiscalização pífia. Você pesca um, pesca outro, mas as penalidades deveriam ser em massa.
Eu fiquei praticamente todo pedal em um disputa com três ciclistas. Chamou a atenção um rapaz, muito acima do peso, mas que socava o pedal de forma alucinante. Eu passava abria nas subidas, mas no plano ele e outros dois me alcançavam e abriam. O vento era fraco, pouco atrapalhava (ou ajudava).
Tudo dentro da mais pura lealdade. Em algum momento, pensei que aquela disputa poderia me prejudicar, mas estava me alimentando corretamente - desta vez, deixei de lado os sólidos e tomei quatro (ou cinco) sachês de GU. A água tinha um pouco de Glicodry. Mas muito pouco.
E bastou isso. Como eu não tenho problemas com gel, ainda tomei outros na corrida.
Mas não gostei do resultado da pedal. Fiz para 2:45 (média de 32,5 km/hora), tendo a firme expectativa de realizar um tempo abaixo de 2:37, tal como consegui em Pirassununga (onde o percursos é menos favorável).
Minha sensação era de que nunca tinha pedalado com tanta intensidade, mas não deu.
Desci da bike com as "pernas bambas". Tirei a sapatilha e "corri" para barraca. Fiz a T2 em 2:45.
Como comentei com o coach, para mim a corrida no triathlon é "de graça". Eu saio para correr sempre com as pernas muito soltas, como se não tivesse pedalado antes. Não faço força, pois apenas executo passadas rápidas e curtas (mais de 90 por minuto). É como se eu não estivesse correndo, mas andando muito rápido.
No quarto quilômetro dos 21, estava tão fácil que, tirando o sol, achei que estava "agradável". Mas diminui. Medo mesmo. Tomava Gu, Gatorade e Coca-Cola nos postos de abastecimento. Retomei o ritmo mais puxado apenas na parte final, faltando 2 km para completar a meia.
Fiquei feliz por ter feito a Meia em 1:52, com pace de 5:17. Para quem "não correu", é uma ótima marca.
O Resultado final foi de 5:22. Não gostei frente a minhas outras provas com o mesma distância. Fiquei longe dos 5:15 de Pirassununga em 2008 e mais ainda dos 2:08 de Caiobá esse ano.
Mas, aqui entre nós - acho que as distâncias do Long Distance não são precisas. Todos comentam que em Caiobá o percurso da pedal é quatro quilômetros mais curto. Não tenho certeza, mas desconfio que isso realmente acontece.
O resultado segue abaixo:
Evento | IRONMAN 70.3 - PENHA/SC |
Número de peito | 269 |
Sexo | M |
Categoria | M4044 |
Equipe | |
Tempo Final | 05:22:51.80 |
Swim | 00:37:24.30 |
T1 | 00:04:56.35 |
Bike C1 | 00:03:40.85 |
Bike C2 | 00:21:04.45 |
Bike C3 | 00:47:23.50 |
Bike C4 | 01:13:20.05 |
Bike C5 | 01:39:45.00 |
Bike C6 | 02:05:56.35 |
Bike C7 | 02:33:29.45 |
Bike | 02:45:50.55 |
T2 | 00:03:03.75 |
Run C1 | 00:30:48.05 |
Run C2 | 01:23:05.30 |
Run | 01:51:36.85 |
Velocidade Média Natação | 3.04 |
Velocidade Média Bike | 32.5 |
Pace Corrida | 00:05:17 |
Velocidade Média Corrida | 11.3 |
2 Rank Cat Bike | 46 |
Rank Run | 258 |
Rank Cat Run | 37 |