segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Ao leitor sem medo

Uma coisa que ninguém discute é a ousadia dos triatletas para experimentarem coisas novas. De capacetes, rodas e quadros feitos com novos materiais, passando tecidos inteligentes e tênis que "nos devolvem a energia"da pisada até relógios com GPS, medidores de potência e equipamentos para bike fit em 3D,  tecnologia e inovação é com a gente mesmo.

Não importa muito se essa tranqueirada é ou não eficiente ou têm apelo estético discutível. Incorporamos no dia a dia polainas de compressão antes mesmo de ter qualquer comprovação de que funcionam e ninguém tem problemas para ir no supermercado com elas.

Mas tem assunto sobre a qual a gente literalmente  não quer saber de novidades.

Suplementos é um deles.

Você diz que toma suplementos e uma avalanche de desconfiança recai sobre os "pózinhos" e "comprimidos" que você toma antes, durante e depois dos treinos.

Em uma prova do Troféu Brasil meu primeiro técnico (antes de eu entrar para o Ironguides) me viu pronto para tomar duas cápsulas de BCAA recomendadas pela nutricionista. Avançou no meu braço, tirou os compromidos da minha mão, jogou no chão e disse, ao berros, que aquilo poderia fazer "mal para o cérebro" porque ele tinha lido vários artigos sobre o assunto e coisa e tal.

Uma vez um amigo parou na minha frente depois do treino e enquanto eu tomava alguns suplementos me disse fazendo cara de nojo, daquelas bem pesadas.

- Eu não tomo essas porcarias....

- É? E o que você come?

- Ah, bisnaguinha, sanduíche de queijo e presunto, coca-cola, bananinha e outras coisas. Mas bom mesmo é cocada-preta...(sic)

- Huuuummmmm.....

E também tem o outro lado, pessoas que se acostumaram tanto com suplementos que já inverteram a ordem das coisas.

- E ai, você faz Iron?

- Faço. Vou para o meu oitavo.

- Então, vou fazer o meu primeiro e tô na dúvida sobre um monte de coisas. Você suplementa?

- Ah, tem que ser, né camarada? Não dá para fazer uma prova dessas sem eles. E é bom para variar também...

- É? E que tipo de suplemento você usa?

- Olha, de vez em quando eu como um arroz e feijão, outras uma carne de frango....

De fato, existem boas razões para termos desconfiança sobre tudo que está escrito nos rótulos nos ditos suplementos ou em matérias pagas de revistas especializadas - pouca coisa se comprova do tanto que é prometido.

Tudo isso é verdade.

Mas isso não justifica que o nosso padrão de discussão sobre o assunto tenha um jeitão de inquisição ou argumentos que nos remetem para os anátemas da Idade Média. Até porque os benefícios dos ditos "alimentos funcionais", submetidos as rigorosos exigências cientificas, também tem sua eficácia questionável.

E cocada preta faz parte do rol de coisas que eu nem vou discutir...;-)))))

O que se vê hoje em dia são posições muito radicalizadas. Nas discordância cada lado coloca muito peso no seu argumento e se deixa levar pelo próprio exagero dos exemplos mal escolhidos - nem se acredita com tanta convição no que se está dizendo, mas a necessidade de "ganhar" a parada naquele fórum de triathlon ou no Facebook é maior que o interesse em ter bom senso.

E nesses exageros a gente acaba sinalizando para as pessoas menos experientes opções equivocadas - sobretudo considerando que tem muita gente que está ai para fazer o seu primeiro Ironman.

Há formas diferenciadas de usar os suplementos.

E em muitos casos eu sou a favor.

Em outros eu fico em dúvida.

Vamos pelo lado mais simples.

Suplementos são vistos apenas como alimentos "substitutos" ou que tem por função complementar as lacunas de uma alimentação deficiente.

Seria simples, mas no mundo triatlético nada é simples.

Por quê raios você toma whey se pode ter proteina de outros alimentos, por quê usa gel se paçoquinha do amor é a mesma coisa ou por quê gasta horrores com R4 se pode tomar achocolatado depois do treino.

E outros põe na mesa o argumento "decisivo" que na época do Dave Scott os triatletas não tinha nada disso e os caras batiam recordes em cima de recordes comendo pão com salaminho e Ki-Suco de morango!

E não tinha nada, nada, nada mais no Ki-Suco de morango, pergunto eu....

Nadinha da Silva?

Sei...

Mas voltando...

Eu sempre encasqueto para entender por quê as pessoas exigem a prova dos nove para os suplementos, mas ninguém cobra estudo com sanduíche de mortadela, bananinha caramelizada, frutas desidratadas ou bolachas de água e sal para ver se realmente essas coisas são eficazes.

Talvez seja possível fazer um Iron com coisas que você compra no supermercado.

Só que há de se entender os riscos.

Em um texto publicado no Blog do Artur, a nutricionista Mariana Gonçalves nos dá um bom rol de argumentos para usar ou não usar suplementos sem nenhum tipo de preconceito e, principalmente, livre das paranóias ideológicas sobre o assunto.

Acho ainda uma análise insuperável porque além de inteligente e ela usa de sensatez em cada palavra com um profissionalismo que eu não vejo em vários profissionais por ai.

Só vou pegar um argumento dela, mas acho que você ganha muito mais lendo o texto aqui.

Ela diz que é possível sim levar sanduíches na prova. Só que alimentos perecíveis estão sujeitos a contaminação e você pode jogar meses de dedicação no lixo por conta de uma diarréia boba só porque não toma gel ou qualquer outro tipo de carboidrato desenhado para esforço de longa duração.

A exceção de alguns que têm problemas específicos com esse tipo de produto, uma teimosia inexplicável

E, sempre lembrando o Mark Allen, alimentação em situação de estresse físico e emocional tal como uma prova de endurance muda o funcionamento do digestivo e aquele bolo de fubá que você deixou para comer  na maratona do Iron não vai cair tão bem quanto caiu quando você comeu no seu treino na USP.

Então, pelo menos acho eu, as pessoas deveriam fazer uma diferença entre o que elas consomem enquanto estilo de vida e o que elas precisam ingerir em situações especiais.

Ir para a prova levando com uma bike feita com material utilizado em satélite espacial que custa 20 paus e, pra comer uma cesta de piquenique.... não dá, sabe?

Mas se a discussão fosse só essa a gente ficava em um debate confortável.

Problema é que suplementos não são apenas para substituir ou complementar um certo tipo de alimento.

E aqui é uma área cinzenta pra mim.

Deixa eu ser mais claro.

Há suplementos que são incorporados às dieta diária, treinos e provas como recursos que proporcionam vantagens competitivas.

São recursos "ergogênicos".

- "Ergo...", repete ai, por favor?

- Er-go-gê-gonic...Espera que eu também me atrapalho para escrever.

- Já não fosse aquele "anátema" lá de cima...

- Tá difícil de ler esse texto hoje, né?

- Você nem começou o assunto e eu já tinha apelado para o Google três vezes....

- Sei lá, acho que a minha necessidade de ter uma dimensão critica sobre certas questões ou são meus problemas com os paradigmas consolidados no nível do discurso dominante....

- Pra mim isso é frescura....

- ???????

- E as piadinhas tão bem sofríveis...

- Mas...

-  Escuta, esse blog vai ou não vai?  A gente tem que treinar c$@%$#%@$#%!!!!

Bom...

Se procurar, você vai verificar que existem várias definições para "recursos ergogênicos", mas de maneira geral são agentes de natureza mecânica, nutricional ou farmacológica que tem como objetivo o aumento do desempenho atlético.

E não, não estamos falando de substâncias claramente definidas como doping (muitas vezes colocado ali no campo do recursos farmacológicos), tais  esteróides anabolizantes, anfetaminas, hormônios etc etc etc....

Essa forma de ver as coisas põe na mesa o seguinte: por quê viramos a cara para os recursos nutricionais que dão vantagens para os atletas que fazem uso desse tipo recurso e não usamos a mesma lógica para o uso de equipamentos diferenciados, como capacetes aero, rodas de carbono, etc?

Ué?

Por quê os recursos ergogênicos fisicos valem e os nutricionais, não?

"Ah, mas ai é diferente!"

É, eu sei que tem muita gente que diz "é diferente"...

E não diz nada.

Esses dias estava lendo uma matéria de nutrição da Triathlete Magazine e tinha uma análise falando sobre os beneficios do suco de beterraba como indutor para a produção de óxido nítrico, que é um vazo dilatador.

Também é um produto que está na base dos chamados "Pump" energéticos, tais como a linha de produtos em que se destaca o famigerado Jack 3D.

Ai me pergunto - ingerir um Pump não pode, mas comer beterraba, pode?

E cafeína, aminoácidos, creatina, beta-alanina, produtos naturais que aumentam os níveis de testosterona e outros tantos cujo nome me fogem no momento?

Sinceramente? Esse assunto pra mim também não é claro....

Há questões que ficam na fronteira do que é errado e do que é certo.

Mas ao invés de discutirmos essa fronteira, optamos pelo silêncio.

Ninguém fala nisso.

Por medo.

As vezes eu penso que o estrago provocado pelos casos do Lance Armstrong e do Ivan Albano não foi terrível porque colocou em suspeita o esporte de alto nível no plano profissional.

O problema mais grave é que esses casos nos colocaram todos, profissionais ou não, na defensiva.

O que mais se vê hoje em dia nos fóruns de discussão são frases do tipo "O problema do doping está cada vez mais grave entre os amadores".

Será?

Será que aqueles comprimidos que você o sujeito tomando na transição não é BCAA?

Será que não foi um produto pré-workout, como cafeína?

Será que temos uma compreensão comum do que é doping?

Vivemos hoje sob um estado de espirito policialesco -  nos policiamos e policiamos uns aos outros a sombra dessa suspeita.

E ai começamos a responder as coisas no susto, de forma mecânica e sem raciocinar direito.

Fossem as opções das pessoas dadas pela análise desses suplementos pelo que eles têm de bom ou ruim para a saúde, em primeiro lugar, e pela sua eficácia, em segundo, creio que tudo seria bem mais transparente.

Só que o medo de se expor é maior.

Eu, por exemplo, vivo apavorado - mas prefiro falar abertamente sobre o assunto.

Em um almoço aqui em São Paulo com o Wladimir Azevedo, amigo do Rio de Janeiro, comentei com ele que uma vez tomei cafeína, treinei super bem e voltei para casa achando que estava trapaceando a mim mesmo.

Passei horas na Internet lendo sobre o assunto e só fiquei mais tranqüilo depois que conversei com o Rodrigo Tosta.

Quando suas atitudes são movidas pelo desconhecimento ou pelo receio do que o seu vizinho de transição pode achar de você, isso não é ética.

É só obscurantismo e pavor sobre o que os outros vão pensar.

Por quê não tiramos a mordaça, falamos sobre isso de forma clara e encaramos as consequências de frente?

Porque nada, nada...pode ser nada mesmo!

Obs: o titulo desse post é uma alusão a um livro fenomenal a qual tomei conhecimento na faculdade, chamado "Ao leitor sem medo. Hobbes escrevendo contra o seu tempo", de Renato Janine Ribeiro. Reler o livro foi um insight para escrever esse texto.

14 comentários:

Emiltri disse...

Grande Vagner,

Realmente é uma questão paradoxal...heheh. A intolerância e a vontade de convencer o próximo de suas idéias e inerente à maioria dos humanos. Algo como o instinto do "macho Alpha" e a carência...

Quanto ao uso de recursos para o desempenho, creio que o parêmetro deve ser a regulamentação oficial, seja da federação, para equipamentos, seja da WADA para suplementos. Temos que recorrer a estas convenções por que senão cada um faria o que desse na telha.

Agora o preconceito, a discriminação e a fofoca.... mais uns 300 anos como diria o Ciro.

Abrax.

Beto Nitrini disse...

Bessa, o maior erro que podemos cometer na nutrição é querer usar o que deu certo para outra pessoa.
Nutrição, suplementação, funcionam para uns e não funcionam para outros.
Eu, por exemplo, não gosot de suplementos, em todos os meus irons (4) e meio-irons (18) usei a mesma coisa no ciclismo (purê de batata em sachê e bisnaguinha com pasta de amendoim e mel e 2 garrafas com maltodextrina) e na corrida 1 gel à cada 7km.
Está errado? Está certo? Para mim está e ponto.
O que eu vejo nas discussões sobre o tema são tentativas de conversão (do tipo das testemunhas de Jeová). Você não pode comer carne! Você não pode comer nada de origem animal! Você não pode tomar refrigerante! Você JAMAIS pode comer um Bigmac! O certo é tomar isso, o certo é tomar isso! Glúten nem pensar! etc, etc, etc...

Cada um vai tentar suas opções e escolher a que mais lhe agradar.

O Mundo Tri fez uma ótima reportagem sobre veganismo esse mês. Mostrou o que é, mostoru exemplos, mas em momento algum colocou que é melhor ou pior que qualquer outra opção. PERFEITO! Mostrou uma opção (espero qe mostre outras), não tomou partido e deixou o leitor coonhecer, testar e optar!
Infelizmente não é assim que acontece!

Opção, nesse caso principalmente, nçao pode ser "goela abaixo"

Abs

Hugo Leonardo disse...

Perfeito...

Hugo Leonardo disse...

Depois do comentário do Emilitri .. Nem precisaria de complemento... (ou suplemento) mas... Vou apenas relatar um acontecido...Semana passada .. Durante o cqmp training do Santiago aqui em Pvh fizemos um teste de 12 min... E um amigo ( "herbalifer") obteve um melhor resultado que eu... Depois do treino ... Peguei meu suplemento..(paçoquinha do amor) e ele me dispara.... "_ Tá vendo...??? O resultado tá na pista....." Essa necessidade de imposição é muito dificil.... Não pra mim... Que não tô nem aí.... Mas algumas pessoas irritam... E outras se irritam.... Eu apenas tomo birra e não uso de "réiva" ....rsrs..

kiko disse...

Blz Bessa!

Dez o post, faz refletir bastante.

"Ir para a prova levando com uma bike feita com material utilizado em satélite espacial que custa 20 paus e, pra comer uma cesta de piquenique.... não dá, sabe?"

Essa frase parece divertida, mas essa discrepância mostra o quanto somos parciais. Confiamos na Cervelo, Giant, mas de maneira alguma confiamos na Universal, Nutrilatina...

Suco de beterraba ajuda muito, pelo menos eu acho, hehe, sempre uma semana antes da prova tomo 500ml, todas manhãs, só tenho medo de urinar no macaquinho e sair aquele liquido vermelho, seria bem desconfortável.

Abração.


Mariana Gonçalves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mariana disse...

Bessa,
primeiro gostaria de agradecer o carinho e a confiança... Que ser humano especial, que grandeza de alma e coração.. Vc é admirável.. olha que só te conheço virtualmente ( internet e pelo "Rei" Artur Araújo)!!Mas também quero te parabenizar pelo texto!! Sua forma de escrever sempre leve e bem humorada nos faz devorar cada palavra em instantes!! Beijo grande e minha admiração sincera!!!

Ulisses Franceschi Eliano disse...

Bessa,
Muito bom o texto e análise. Eu mesmo, confesso, me pego muitas vezes tentando "catequizar" com relação à nutrição. Principalmente em relação ao veganismo. No entanto, a razões normalmente são muito mais éticas do que nutricionais. Como acredito que este é um caminho muito mais sustentável, do ponto de vista do planeta, do ponto de vista de degradação social e ambiental, etc, particularmente o argumento "cada um faz o que achar melhor para ser feliz" não me convence, já que estamos falando de questões que envolvem o coletivo, as futuras gerações, etc. Mas, realmente, pelo menos de corpo presente, eu não catequizo. O que ocorre é o inverso. Sou zoado e rechaçado o tempo todo durante HORAS em qualquer momento social sem abrir a boca. Quando abro a boca 30 segundos, logo aparecem os tais argumentos "tem que respeitar a diversidade" rsrrrsrs.
Assim como vc, acho que fugi do tema rsrsrsrs. Nutrição. Acho que já tivemos uma discussão dessa no passado. Eu particularmente não sou contra os suplementos em si. Sou contra o fato dele representar um passaporte obrigatório em um esporte extenuante como o triathlon e isso não é verdadeiro. Sou a prova viva que vos escreve aqui. Desde que utilizados conscientemente, de preferência com a ajuda de um profissional da área, ok. Eu tenho cá razões ideológicas também contra os suplementos que transcendem as questões nutricionais. "Maltodextrina" tirada de um GU e "Maltodextrina" tirada de uma fruta ou de um malte de cereais é a mesma "maltodextrina", mas a primeira age em prol de uma cultura dominadora de mercado e a outra age (embora não seja sempre verdade) em prol de uma economia mais regional e familiar. Eu sou daqueles que deixa de comprar uma água Nestlé para comprar uma água Schin ou Lindóia apenas por ser nacional, se é que me entende. A Nestlé pode até ter um PH melhor, mas ainda assim opto pela outra. Este tipo de atitude é ridícula para uns e louvável para outros. Os "certos" e "errados" aqui acho que não estão em pauta, de qualquer forma. Eu me preocupo com estas coisas, muitos não. Então, quando você se refere à uma "teimosia inexplicável", ela pode ser até uma teimosia, mas acabei de explicá-la rsrsrrsrs.
Quanto à questão que colocou sobre de "eficácia", ela é realmente super válida, isto é, porque desconfiamos do suplemento mas não desconfiamos da banana? Ou do melado de cana? Bem, posso responder esta por mim. Eu desconfio dos dois! A minha forma de validar tal desconfiança é utilizando o suplemento e dando certo e depois utilizando a banana e também dando certo. Neste caso, os tubos científicos dos laboratórios não me foram necessários. Só que um, dei dinheiro para uma empresa com a qual não compactuo e a outra, bem, a outra....comi uma banana rsrsrsrrsrs. Uma empresa que produz suplementos tem todos os motivos do mundo para mentir para seu público. Já, uma banana, bem, comíamos quando ainda éramos macacos rsrsrsrs. Digamos que eu acredite muito mais na indústria bananeira quando diz que a banana tem frutose e potássio do que na indústria de suplementos quando dizem que vamos "voar" ao tomar aquilo rsrsrsrrsrs. Quanto à comparação com os assessórios outros do triathlon, bem, esta você vai ter que me permitir discordar. Você tem toda a razão quando fala que ambos são questionáveis, já que ambos são amaparados por metodologias científicas similares. No entanto, se para os suplementos estas metodologias se equivocaram, podemos ter problemas de saúde no futuro e se as de tecnologia de capacete gota se equivocaram, teremos algumas fotos ridículas no Ativo e no Treino Online rsrsrsrrsrsrs.

Unknown disse...

Um texto aliviante pra quem toma suplementos: alguém que conseguiu colocar em palavras todos os argumentos que diferencia suplementação de doping.

3 ATHLON NA VEIA disse...

Bessa,
Esse texto sintetiza uma série tão grande de questionamentos que devem ser feitos por todos que praticam triathlon que não há muito mais o que comentar, além do que já foi dito acima por você e pelo povo que o acompanha.
Veja que eu disse "questionamentos"...porque a verdade verdadeira ainda está realmente longe de ser obtida.

FREE ATLETA disse...

Muito bom mesmo Bessa, agora fiquei mais pensativo sobre o assunto....rs

Jorge Cerqueira disse...

Muito bom o texto e análise, realmente esta questão paradoxal ingerir suplementos, muitos pensam que é bom e muitos pensam que não...Agora o que não entendo que os quenianos correm e nao usam bermuda de compressao, polainas, em provas quase nao bebem água e etc e etc...

Bons treinos,

Jorge Cerqueira
www.jmaratona.com

Joel dos Santos Leitão disse...

Profundo, Vagner!
Você é um estudioso do assunto e por isso consegue escrever com essa desenvoltura toda.
Além de tudo o que você escreveu, depois de me tornar vegetariano me deparo com outros questionamentos, do tipo: "O BCAA que tenho aqui contém, dentre os ingredientes, cápsula de gelatina? Será que é de origem animal?" Ou então: "E o R4 que contém proteína de soro de leite? O que faço com ele agora?"
E aí me vem uma outra lembrança, a de que nas minhas duas primeiras maratonas, em SP e Porto Alegre, só ingeri carboidrato, e no ano passado corri 5 Maratonas ingerindo glutamina, R4, Leucina, BCAA, Ornitargin, enfim, acho que não dá para se ter uma conclusão definitiva sobre o assunto, mas o fato é que quanto mais conhecimento temos, ou quanto mais experiente pensamos que somos, quando nem percebemos já estamos com um estoque de suplementos que talvez não fosse assim tão necessário. Mas o fato é que, tirando a questão do vegetarianismo, penso que o 'esporte' de longa duração como o Ironman e as Ultramaratonas, precisam de uma estratégia que com certeza acarretarão a necessidade de suplementos, seja por uma questão de reposição ao corpo, seja por conta da logística (o tal sanduíche perecível).
Abração!

Deise jancar disse...

Vagner

Logo que ingressei nesse mundo do triathlon,conheci um rapaz que fez 3 Ironman Brasil.

Eu estava com aquela lista completa de novidades : planilha longa , alimentação equilibrada orientada por uma nutricionista, e muitas mas muitas conversas sobre o que um ou outro usava , antes , durante e depois do treinos e provas.

Escutava uma coisa ou outra diferente , mas nada que fizesse mudar o que tinha em mãos. Apenas acrescentando conhecimento.

Certa vez esse triathleta, me revelou seu segredo de hidratação e muito mais: nunca tinha passado por uma profissional de nutrição .

Ele pegou a garrafinha dele e me disse : sabe o que tem aqui dentro ? K-SUCO... E ria de mim e de muitos que estavam treinando na serrinha , por se achar o mais esperto e sábio.

Aquilo , foi a coisa mais estúpida que escutei . Vi que o tamanho da informação que " a pessoa" tinha em relação à alimentação era tão distante daquela que eu sabia , que não comentei nada , dei com o ombros , clipei e fui fazer força.

A loucura era tão grande que ele não via relação entre a pedra no rim, que ele sempre trazia depois de cada Iron completado.

Economia porca tem seu preço.

Pior é não acreditar que a suplementação está aí para te ajudar e te proteger.

E somos cientes que nosso esporte não é nada saudável, não é ? Então porque discordar do que temos nas prateleiras?


bjs