domingo, 13 de fevereiro de 2011

Você ouve o seu corpo? Então não ouça.

Essa semana, dando prosseguimento a planilha nova que o Rodrigo montou, não houve grandes alterações nos treinos - apenas a adição de um tantinho mais de volume a cada dia.

E, em resumo, a grande diferença em relação a semana passada é que não tive mais alterações de humor, embora me sinta um tanto mais cansado - principalmente quando corro pelas manhãs.

Trata-se de uma sensação física, não mental - o que é relativamente positivo, pois quando meu corpo reclama...

Bem, quando o meu corpo reclama....eu não tô nem ai (rs).

Ai alguém ai atrás do teclado pode pular e ficar bravo comigo ao profanar uma das verdades mais conhecidas e repetidas em revistas de especializadas, textos da internet, conversas de triatletas e por ai vai...

Pois é, eu não "ouço" o meu corpo...

Quem ouve o corpo, na verdade, vive do auto-engano que a mente prega nele.

Dúvida?

Então vai ai a prova dos nove...

Me senti cansado essa semana. A diminuição do volume e o aumento da intensidade tem um custo que se traduz em alterações hormonais que me deixaram meio que prostado ao longo do dia.

Mesmo sabendo que para os amadores o descanso dos treinos se dá justamente no trabalho (fico sentado quase o dia todo, lidando com outros problemas), quando treinava pela manhã, não me parecia que fosse chegar ao final do dia apto para o treino da noite.

E quando treinava a noite, parecia que um período de sono não seria o suficiente para correr no outro dia pela manhã, mesmo que fosse apenas uma corrida leve.

Mas, óia!!!!!! Treinei sempre!

E melhor que semana passada. E não foi só apenas durante a semana.

Quando chegou na sexta-feira, lembrei que tinha os simulado de sábado.

Meu ceticismo teimava contra os fatos.

Pensei: vou até tentar, mas vai ser pior que no sábado anterior. Estou realmente cansado.

Melhorei em 3 minutos.

A natação foi melhor. A bike, foi melhor. A corrida, foi melhor.

Uma vez li uma matéria na Go Outside sobre o Brett Sutton e lá pelas tantas um atleta dele dizia exatamente isso, que o Brett pedia certas coisas e a primeira impressão dele ao ouvir o roteiro de treinos era "impossível".

Mas sempre era possível.

Eu não gosto de ficar escrevendo sobre assunto técnicos sem conhecimentos para tanto. Não sou formado na área e meus conhecimentos do corpo humano se resumem ao aporte de coisas que leio em publicações que estão longe de apresentar qualquer "prova científica".

Mas é relativamente conhecido o fato de que o que sentimos é uma interpretação do cérebro sobre as informações que ele recebe do corpo humano.

Ninguém "ouve o corpo". O que "ouvimos" é o cérebro.

E o cérebro tem lá seus mecanismo de defesa. Ele pode ser extremamente conservador.

Claro, sem exageros. Ninguém vai achar que eu esteja sugerindo que o sujeito, mesmo sentindo sintomas de um ataque cardíaco, continue correndo porque o cérebro estaria fazendo arte...

Mas o que ninguém considera é que sempre há uma grande possibilidade de confundirmos os sinais ou nos sujeitarmos ao auto-engano.

"Ouvir o corpo" é uma daquelas noções que se transformou em verdade absoluta, mas muito utilizada por aqueles que tem um repertório de desculpas bem pequeno para não ir treinar.

Em termos de banalidade, só perde para aquele outro chavão:"descanso também é treino"

Pronto, falei!

5 comentários:

Artur Araujo disse...

Descanso também é treino Vagner.kkkkkkk
Eu ao contrário de vc escuto meu corpo.Mas isso não significa que eu não treino viu.Já tive surpresas desagradáveis quando insistia em treinar cansado.Hoje em dia eu não deixo de treinar,mas costumo reduzir o ritmo quando sinto esse cansaço absurdo.De qualquer forma é como o velho ditado.Cada cachorro que lamba a sua caceta.Cada um sabe onde o calo aperta.kkkkkkkkkkk

Yeda disse...

É surpreendente como conseguimos nos recuperar e completar o treino. Sempre que tenho treino pesado e acho que não vou conseguir completar o treino do dia seguinte, o corpo se recupera a noite e acordo novinho para o dia seguinte. Agora descansar no trabalho, taí algo que não consigo. Na verdade o trabalho me mata e não sei se hoje conseguiria treinar a noite.

Joel dos Santos Leitão disse...

Vagner, hoje por exemplo, acordei meio gripado, resfriado, sei lá... e ao invés de dar um dia OFF fui cumprir a planilha. Já são duas semanas sem OFF e me dá arrepios a possibilidade de ficar uma semana sem correr após a Supermaratona de Rio Grande, como o Fernando me disse. Ainda vou argumentar com ele sobre isso, pois após os 40km no dia 1. de Janeiro, corri duas vezes no meio da semana, ou seja, sei que vou conseguir treinar numa boa após a Supermaratona. E vamos testando nosso corpo...

Emiltri disse...

Ahh Vagnão, sei bem do que vc está falando, mas não dá pra ser sempre assim.
Ultimamente eu começo alguns treinos certo de que não vou conseguir faze-los, mas não desisto e faço. Mas isso não tem haver com forçar a barra quando estamos realmente esgotados, com a frequencia lá em cima para dar um trotinho....
Resumiria o seu sentimento em uma frase que um professor sempre dizia aqui na Geologia: Xô preguiça!

Abraço.

Marluce Fagotti disse...

Está aí.
Gostei.
Às vezes ouço demais meu "corpo".
Preciso acreditar que posso mais, é isso?

Valeu,