Estou com um incomodo do joelho e evito pedalar. Com isso, nado na segunda, dou uma corridinha na terça, quarta-feira eu corro de forma um pouco mais intensa (esta semana, 30 minutos fácil/30 moderado/15 forte), quinta fiz uma bike de teimoso (mas um treino gostoso, curto e de força moderada, como semana passada) e sexta-feira natação (7 x100 fácil, 1 x 700 moderado e 14 x 50 forte).
No sábado, não fui pedalar na USP. Descansei novamente para encarar o longo de 4 horas no domingo - e ontem esse treino foi particularmente difícil.
Em primeiro lugar, o joelho me deixa um pouco inseguro. O incomodo não corresponde a nada que eu tenha pesquisado na Internet - não incha, não estalá, não tenho dor quando subo ou desço escadas. Estou quase, mas quase convencido que se trata de um problema de alongamento. Mas, como disse, ainda estou monitorando isso....
Em segundo, a chuva desse domingo. Uma coisa é você estar na rua e vem aquela água que te pega no meio do caminho. Tudo bem...
Outra, bem diferente, é acordar as 5:00 da manhã, tomar café, ouvir os pingos batendo na tua janela embaixo do cobertor, sentir-se sonado e não ter o direito de dizer: hoje, não. Hoje eu não vou.
Como é duro ter que sair de um ambiente seco e quente para ir para a rua, onde venta frio e caem pingos do tamanho de bolas de gude.
Mas somos o que somos e é imprescindível treinar, pois faltam pouco mais de 20 dias para a prova e há treinos que são estruturantes. Não posso me dar ao luxo de ficar em casa.
Fui para o Campo de Marte para o meu longo de 4 horas, sendo 15 minutos correndo leve/moderado e 5 andando.
Pensei: pelo menos vou correr com o tênis molhado, testar essas meias que comprei na North Face, experimentar as superfícies de grama e um pouco de barro para ver como o Newton, meu tênis, se comporta.
(O que a gente faz para ver algo positivo nas coisas...?????)
Nesse sentido, tudo foi aprovado. Meti o pé em poças, me equilibrei na lama (sempre lembrando o toque do Alberto - não tem tênis que salva você da lama, por isso trata-se de uma questão de técnica) e testei as recomendações do meu novo nutricionista.
Ai, dei uma bobeada. Tomando gel a cada 50 minutos, lá pelas tantas senti "fome" e tracei dois saches de Hammers de uma vez. Isso não se faz. Meu estômago não processa essa quantidade de calorias e manda uma parte dela direta para o intestino - ai, senti ameaça de diarréia.
Correndo no vento frio, com chuva e suando embaixo da roupa de plástico. E com aquela sensação terrível.
Bom, mas a fome passou e essa sensação, também.
Outra coisa foi que senti a musculatura da perna pesada. Depois de andar cinco minutos, quando retomava a corrida minhas pernas pareciam ter o dobro do peso. Isso não aconteceu semana passada e não sei se pode estar relacionado ao fato de que, desta vez, deixei as polainas de compressão em casa.
Mas, aqui entre nós, achei isso bom! No triathlon, eu ainda não experimentei essa sensação. Nem mesmo no Iron. Mas sei que vou passar por isso nas Ultra.
As pernas pesadas mudam sua percepção da corrida. Você tem a sensação de que está "comendo" a cada metro do percurso". Valoriza cada centímetro que avança. Não importa que seja um pace de 15 minutos para cada quilômetro. O que importa na sua mente é que seu corpo está em movimento.
Uma parte disso, pelo que senti, é um questão psicológica - você continua correndo em um bom pace, mas a dureza de arrastar as pernas te leva a crer que a corrida está muito lenta. Lembrei-me do Edú perguntando ao Caio se eles já tinham alcançado 50 km na prova de Bertioga-Maresias do ano passado, quando na verdade os dois já estavam no quilômetro 65!
Fiquei durante todo o tempo dentro do Campo de Marte, um circuito de 1,5 km. É difícil mentalmente? Olha, para quem já ficou o mesmo tempo em cima de um rolo na sala do apartamento pedalando...sabe que não é muito complicado, não!!
Por conta do joelho e da rua com poças e motoristas correndo a toda ao lado do Anhembi, não arrisquei sair de lá e fazer as subidas do Jardim São Bento.
Quando finalizei o treino, encontrei o Sandro e batemos um papo rápido. Já vamos começar a pensar na logística para a prova.
Na entrada do prédio, encontrei os mesmos porteiros que tinham ficado incrédulos quando disse que iria correr, só se convencendo quando sai pelo portão afora.
Pois é, quando retornei bateram palmas....Sacanagem, mas tudo bem, vai!
Um deles me falou que estavam fazendo mudança e com barro no tênis e pingando, não ia dar para subir no elevador social, não!
A síndica tinha até liberado para cachorros, o que não me espanta, já que as moradoras aqui chamam os bichanos "meu filhinho" - até a gata do 19 faz isso! Não entendo, porque o cachorro dela é uma das coisas mais feias que já vi na vida....
Well, como a síndica sabe que eu voto na Dilma, os caras começaram a argumentar que ela iria criar problemas para eles se liberassem o elevador para mim e coisa e tal...
Bem, eu moro no vigésimo segundo andar...;-))))