terça-feira, 13 de abril de 2010

Long Distance Caiobá 2010

Como ano passado, a última prova antes do Iron é o Long Distance de Caiobá.

O Vinicius recomenda essa prova como um pré-teste para Florianópolis. É o lugar para se cometer todos os erros caso você esteja pra cometer algum.

Apesar de ser uma viagem cansativa, é minha prova favorita. Você nada em uma praia que, não importa o tempo, está sempre como uma piscina; a bike é em uma estrada sem aclives fortes e a corrida na orla da praia.

O Bloqueio é eficiente e a população contribui. Tudo é perto e as pousadas são baratas. Você vai e volta a pé para a largada.

A organização da Cia de Eventos é excelente - tem chip, as camisas são lindas e, esse ano, o Célio incluiu polainas no kit.

Fomos para Caiobá no sábado, bem cedo. O Edú, que tinha feito o Iron comigo, não conhecia a prova e era seu primeiro triathlon depois do IMB 2009. Ele estava querendo companhia para fazer a prova, pois vários amigos desistiram em função de contusões - aliás, problema muito conhecido nessa época, quando o pessoal que pagou a inscrição para o Iron começa a sofrer as conseqüências de treinamentos mal planejados - mas isso é um outro problema....

A primeira coisa que mudei em relação ao ano passado é que abandonei a estratégia de Carboloading xumbrega que faço antes das provas pra não quebrar. Ao invés de me empanturrar de massa desde de terça-feira, comi macarrão (integral) só na sexta-feira a noite, almocei e jantei purê com macarrão no sábado. Não fiquei inchado e, com a alimentação na própria prova, deu para o gasto.

Outra coisa importante é que deixei a preguiça de lado e fiz um aquecimento antes da natação dentro da água. O coach sempre recomenda, mas eu raramente faço. Ai foi legal o Edú, que insistiu em um trote e em umas braçadas!

Apesar de ter chovido muito, mas muito na noite de sábado para domingo - a ponto de eu imaginar que iria cancela-lá - a água estava ótima.

A largada foi dada embaixo de uma garoa e um pouco de cerração. Praia Mansa não tem onda, mas tem correnteza. Atingir a primeira bóia nas duas voltas não foi fácil e a corrente me fez nadar mais do que eu precisava. Entretanto, senti que nadei bem, com braçadas curtas para enfrentar as marolas na correnteza e braçadas longas fora delas.

Mas sai da água um pouco ofegante, apesar de crente de ter feito um tempo melhor que ano passado. Quando cheguei na transição...hahaha...muitas bikes estacionadas!

Pensei - tô bem!!!!

O começo do ciclismo não encaixou. Sai com uma relação um pouco pesada e logo o Edú me passou. Tentei mantê-lo a uma certa distância, mas ele foi embora. Somente me senti melhor quando a cadência ficou encaixou e comecei a perceber que treinar com 50 rpms quando a idéia é fazer 70 na prova.

Diferentemente do ano passado, não sofri na bike. Achei um ótimo ritmo e, como sempre, fiz questão de não me apoiar em pelotões, apesar do vento. Fiz força o tempo todo e me alimentei com goiabinha (sugestão do Edú) e Glicodry.

Mas a goiabinha não é muito fácil de comer, não! Muito seca. Colocava na boca e molhava com água. Minha boca parecia aqueles caminhões que fazem argamassa para construção...

Não é nada bonito, mas funciona!

Terminei a bike fazendo uma segunda volta melhor que a primeira. Tive a nítida sensação de que fui pelo menos sete minutos mais rápido que ano passado (esse parâmetro, me foi dado pelo Edú, que fez em 2:23).

Só que, engraçado, quando terminei o ciclismo, na hora que olho a transição...putz....e não é que as bikes estavam todas lá de novo?

"Ué, que catzo é esse? O povo todo passou por mim e eu não vi?????"

Pensei - tô mal!

Quando comecei a correr, as pernas estavam leves. Mas são três voltas de sete quilômetros e o tempo estava completamente mudado! Um sol daqueles!

Nos 3. 500 metros iniciais minha corrida tinha encaixado bem. O Edú achou que eu iria tirar a diferença porque estava correndo rápido, com passadas curtas bem ritmadas, quadril encaixado e ereto.

Pouco depois notei que minha força tinha ido embora. Mas não foi quebra como ano passado. Faltou força nas pernas mesmo....

O que fiz? O que faço sempre - ritmo de passada. Só.

Nada dessas bobagens como repetir para si mesmo "a dor é passageira, a derrota é eterna blá, blá, blá...."

Eu não sei como tem gente que ainda acredita nessa coisa de "força de vontade", "negociação consigo mesmo".

Na verdade, quando você está mal, sua cabeça manda que você pare. E você quer contar com ela para continuar? Na-nani-nanão.....

Deixe seu corpo fazer o que ele está treinado - correr. Confie na mecânica das passadas que você vai chegar....

Bom, viajei. Voltando...

Somente nos últimos três quilômetros finais resolvi fazer força, forçando as passadas para tentar minimizar o prejuízo de uma corrida que achei pífia.

Quando terminei, o monitor da prova estava quebrado. Achei que ficaria entre 5:10 e 5:15. Nem fui conferir o resultado.

Encontrei várias pessoas e o Edú, feliz da vida, me dizendo que tinha feito para 5:05. Confesso que fiquei chateado por conta da corrida e tinha perdido a esperança de melhorar de forma significativa meu tempo.

Parabenizei os amigos e conhecidos e fui embora meio borocochô.

E a volta para SP é chatinha...serra, serra, serra, serra....

Todavia coisas estranhas acontecem....

Quando saiu o resultado, uma boa surpresa: consegui reduzir meu tempo de 5:23 para 5:08!

Nada mal...

Mas, fiquei atônito com as parciais quando comparadas com o ano passado:

2009 2010

Natação: 0:38 Natação:0:39
Bike: 2:37 Bike: 2:37
Corrida: 2:08 Corrida: 1:52

Ou seja, no que julguei que tinha ido bem, necas de pitibiriba!

E, na corrida, que achei medíocre, foi onde se deu toda a diferença!

Nos emails com o Vinicius, ele ponderou que a análise das parciais isoladamente é um erro no triathlon. É possível, segundo ele, que eu tenha saído menos desgastado da bike e tenha feito uma corrida mais inteiro.

Nesse sentido, embora não tenha aumentado minha velocidade no ciclismo, houve um acréscimo de eficiência, o que me possibilitou uma corrida mais eficaz.

Interessante, não?

Sim, mas confesso que ainda estou atordoado. Pois como pode sido minha impressão tão diferente dos resultados que foram mensurados?

Enfim...

Agora tenho uma semana de relax, com treinos de volume apenas no final de semana.

Na segunda-feira, começa a pancadaria...











3 comentários:

Yeda disse...

Parabéns meu amigo! Nada como a experiência para evoluirmos. Se de uma queda não tirarmos nada de bom, então a queda não serviu para nada. Vejo que vc aprendeu com os erros e isso é muito bom. Agora é continuar a preparação apra Floripa. E eu vou estar lá torcendo por vc.

simplifique disse...

Cada vez fico mais impressionado com a simplicidade e o resultado do IG.
A resposta do Vinicius foi tudo.
Além disso, acompanhando outros blogs, tenho visto o volume animal que as pessoas estão fazendo. Coisas insanas e vc no seu volume adequado, sempre pensando que o esporte é nadarpedalarcorrer. IG na veia. Ah, o Topan saiu na Runners com uma camisa do IG. Muito bom.

Pati Gomes disse...

Darling,

Primeiramente, parabéns pela prova! Agora, fala que a nossa cabeça nos trai?
Na minha opinião, a sua estratégia da corrida, quando as dores e o cansaço bateram, fez com que fizesse uma corrida surpreendente. Manteve o ritmo, deixou o corpo trabalhar e aí - sucesso!
Acho que daí vem o belo resultado que obterá em Floripa: a sua cabeça não é só de triatleta, é de Ironman!!!
Beijocas, darling!