sábado, 18 de janeiro de 2014

O que os rolezinhos podem nos ensinar....

Nesse sábado, o Daniel Blóis e o Marcello Doretto nos deram ciência de que mais três bikes foram roubadas na USP.

A desfaçatez é tamanha que os rapazes usam motos e passeiam pelo campus sem serem incomodados, até escolherem a melhor vitima.

As relações da USP com a sociedade paulista são um enrosco antigo.

Trata-se de um laço de três pontas.

 A USP se vê na cidade de São Paulo como o Vaticano se vê em Roma.

Um Estado à parte....

A universidade é um dos poucos espaços de lazer na cidade e recebe milhares de cidadãos - cidadãos que a sustentam com impostos. Mesmo assim a comunidade uspiana não se presta a tirar o olho do umbigo para acolher pessoas que lá não estudam com infra-estrutura decente e segurança.

Isso está ligado ao imobilismo da Reitoria e a resistência os alunos, que olham o mundo pela ótica de um  esquerdismo infantil ou temem a PM, dado que é notório que no campus existem redes associadas ao consumo de drogas de consumo casual.

E pelo menos em relação a esse terceiro ponto, ela está certa.

Porque a segunda ponta, a policia de São Paulo, é uma das mais despreparadas, letais e autoritárias do mundo. É uma policia que desperta um sentimento de desconfiança e isso não vem do nada.

A terceira ponta são os atletas.

Antecipando minhas desculpas pela indevida generalização, alguns são patéticos - usam um discurso genérico que vai do "esse pais é uma @#$@&" até o dito "mensalão".

"Mensalão"????????

Me desculpem, a responsabilidade pela Segurança Pública em São Paulo é da alçada de pessoas com nome e endereço e a classe média paulistana, que repete seu voto a vinte anos nesse Estado, não quer assumir que também tem culpa no cartório.

Ai, quando a coisa aperta, parece que a coisa não é com ela.

Podemos discutir se os "rolezinhos" são farra sem seriedade ou um movimento mais consciente da periferia, mas essa meninada dá um nó na classe média paulistana, que se acomodou no sofá para maldizer a corrupção nossa de todos os dias, mas não faz absolutamente nada para se engajar de forma ativa nos problemas da cidade.

Dia 1 de fevereiro o China, figura das mais queridas, está convidando todo mundo para uma manifestação na USP.

Vai ser na Bolinha, as 9:00 da manhã.

Eu vou.

5 comentários:

Luis Fernando Oliveira disse...

Putz, cara, assunto espinhoso. Se tu acha que a PM de SP seja uma das mais despreparadas do mundo, te aconselho a manter distancia das PMs em outros estados da federação (experiencia de paulista no exílio).

Mas não tem jeito, ou tem policiamento ostensivo na Cidade Universitária, ou as coisas só vão piorar. Se é a PM (que afinal de contas já existe, esta paga e já faz policiamento no resto do estado), se é uma polícia custeada pela USP (difícil de justificar, mas já vimos coisas mais esquisitas), ou se os ciclistas vão contratar uma milícia particular (já ouvi essa sugestão), não sei.

Outra coisa, tá mais do que na hora de quem sustenta esse mercado de bicicletas / peças usadas se tocar. Todos sabemos quem compra essas bikes: os próprios atletas.

simplifique disse...

bessa, eu trabalho dento do campus da ufrj. ali, a policia tb não entrava, mas a situação ficou estranha, aconteceram e acontecem assaltos e a PM, agora, faz parte do cotidiano. Acho que não estão preocupados ou não pegam os que fumam, mas eu tb nao tenho certeza.

Emiltri disse...

Vagnão, dia 1 é sábado.

Não vai ter ninguém da reitoria por lá... Vocês vão protestar para vocês mesmos...

Abrax.

Long Distance na Bagagem disse...

Bessa, para os inúmeros problemas de São Paulo, um deles já foi resolvido. Chama-se Tiririca, o deputado mais votado do estado, ele com certeza está lá ganhando mais de 40 mil por mês durante 4 anos (isso se não for reeleito) para resolver esse tipo de problema (e ainda chamam ele de palhaço, será ele ou nós os palhaços que votamos nele?).

Aqui na UFSC passamos pelos mesmos problemas de os alunos não quererem a polícia dentro do campus, e todos sabem porque. Depois levantam o punho (como Genoinos e cia) dizendo que não tem segurança lá dentro.

Ulisses Franceschi Eliano disse...

CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP