Para quem nunca ouviu falar, trata-se de um período em que pessoas ficam imersos fazendo treinos específicos, ouvindo palestras ou mesmo interagindo e se socializando com outros atletas da mesma assessoria.
No caso da Ironguides, que é uma assessoria que funciona com treinamento a distância, era uma oportunidade diferenciada.
O Rodrigo nunca me viu treinar, por exemplo.
Sei que há pessoas que ficam "meio assim" com um métodos de trabalho baseado no envio de planilhas e dúvidas tiradas por email. Quando a pessoa tem um perfil mais voltado para treinamento em grupo ou aprecia o técnico sempre ao lado, parece que mais difícil ainda entender.
O problema é que as vezes as coisas não são o que parecem ser.
Eu conheço assessorias em São Paulo cujos técnicos fazem atendimento personalizado não importa o número pessoas que eles treinam e poderia passar horas falando bem dos caras que estão a frente delas.
Mas conheço outras em que o indivíduo vai pelo nome do técnico que escreve em revistas ou sites especializados e, chegando lá, quem dá treino mesmo é o sócio ou o assistente, enquanto o bonitão só fica com o filé dos endinheirados ou quem tem status.
(Embora, diga-se, as vezes o caboclo é melhor que o dono e você sai ganhando na troca.)
Acho que tudo depende do perfil do atleta e do domínio que ele tem dos fundamentos do esporte que escolheu.
No meu caso, a coisa funciona bem porque gosto de treinar sozinho, fazer meus horários e o convívio social dos amigos da USP ou no Riacho Grande não depende da assessoria em que treinamos.
Mas aqui também não vou fazer uma defesa cega do coach on line porque não coloquei meu senso critico para dormir.
Foi nesse Camp que eu tomei consciência da necessidade do coach observar você para a correção de rumos.
Sim, isso é necessário e eu estava errado por pensar de modo diferente tempos atrás. Hoje reconheço.
No meu caso em especial, o Rodrigo estava curioso para observar a minha natação, já que os tempos que lhe passo para a piscina não são coerentes com o resultados das provas.
De fato, eu tenho um problema de navegação. Com o GPS observo que nado em zigue-zague e sempre contabilizo mais metros que o necessário para completar a natação.
Depois de Vegas estou nadando praticamente todos os dias tentando melhorar isso.
Mas no Camp o Rodrigo encontrou um problema na minha técnica, particularmente na entrada da mão esquerda na água.
Eu nunca tinha me visto nadando ou mesmo tirado fotos, tais como vários amigos já fizeram - Xampa, Curado ou o Alexandre, só para falar de alguns que me recordo no momento.
Eu realmente gostei de ter feito isso e visto o resultado.
Observe nesse video minha última braçada com a mão esquerda. É um pouco sutil, mas quando você nota é bem claro que o meu braço esquerdo "varre"a superfície da água quando me preparo para respirar.
Veja na figura abaixo a conseqüência: o braço esticado fazendo uma barreira e contendo a impulsão feita pelo braço direito, que está submerso.
Por outro ângulo.
Agora, com o movimento corrigido em quase todas as braçadas.
Para acertar esse movimento, tenho que forçar a entrada com a mão apontando para o fundo da piscina.
Embora pareça natural fácil, não sinto dessa forma. Ao fazer a entrada corretamente, me sinto desconfortável.
E esssa falta de espontaneidade é uma claro sinal que o movimento correto não está encaixado na maneira como nado e que facilmente volto ao errar se não me policio.
Mas quando isso acontece perco a espontaneidade.
Por isso, quando está corrigindo a técnica, é esperado que você piore antes de melhorar.
Isso é natural e demanda paciência.
Dai a prática repetitiva ser fundamental - você deve praticar até o momento em que não pensa mais no que está fazendo.
É o oposto do aprendizado do jogo de xadrez, pois é um aprendizado mecânico, que se dá fora da consciência.
Para finalizar.
Certamente você já viu erros grosseiros de tenistas de nível mundial em momento decisivos ou jogadores de futebol experientes perdendo pênaltis inacreditáveis em partidas importantes.
Esses erros podem ser debitados ao fato desses jogadores se preocuparem demais com a possibilidade de errar.
E ao se policiarem, desabilitam o sistema espontâneo que permite o jogo rápido baseado no puro reflexo.
Usam a habilidade do jogadores de xadrez para executar um forehand.
Perde-se a fluidez natural, tal como os iniciantes caem de bicicleta.
Esse é o motivo dos erros parecerem tão toscos, pois se acentua o contraste entre a habilidade de jogadores exímios e a conclusão do lance.
Temos a sensação de que esses jogadores voltaram a ser principiantes.
Mas foi isso que de fato aconteceu.
Os lances erráticos dos grandes atletas e os caminhos da minha mão esquerda na água mostram as singularidades que compartilhamos, todos, por meio de uma mesma genealogia.
Ela nos unifica mais do que nos distancia.
É nossa grande identidade.
Embora pareça natural fácil, não sinto dessa forma. Ao fazer a entrada corretamente, me sinto desconfortável.
E esssa falta de espontaneidade é uma claro sinal que o movimento correto não está encaixado na maneira como nado e que facilmente volto ao errar se não me policio.
Mas quando isso acontece perco a espontaneidade.
Por isso, quando está corrigindo a técnica, é esperado que você piore antes de melhorar.
Isso é natural e demanda paciência.
Dai a prática repetitiva ser fundamental - você deve praticar até o momento em que não pensa mais no que está fazendo.
É o oposto do aprendizado do jogo de xadrez, pois é um aprendizado mecânico, que se dá fora da consciência.
Para finalizar.
Certamente você já viu erros grosseiros de tenistas de nível mundial em momento decisivos ou jogadores de futebol experientes perdendo pênaltis inacreditáveis em partidas importantes.
Esses erros podem ser debitados ao fato desses jogadores se preocuparem demais com a possibilidade de errar.
E ao se policiarem, desabilitam o sistema espontâneo que permite o jogo rápido baseado no puro reflexo.
Usam a habilidade do jogadores de xadrez para executar um forehand.
Perde-se a fluidez natural, tal como os iniciantes caem de bicicleta.
Esse é o motivo dos erros parecerem tão toscos, pois se acentua o contraste entre a habilidade de jogadores exímios e a conclusão do lance.
Temos a sensação de que esses jogadores voltaram a ser principiantes.
Mas foi isso que de fato aconteceu.
Os lances erráticos dos grandes atletas e os caminhos da minha mão esquerda na água mostram as singularidades que compartilhamos, todos, por meio de uma mesma genealogia.
Ela nos unifica mais do que nos distancia.
É nossa grande identidade.