Porque não valem mesmo.
Difícil explicar que, de uma prova para a qual eu me preparei para participar, resultado foi um PB com 18 minutos melhor que 2010.
Claro, mérito total dos profissionais que me ajudaram. Se eles me autorizarem, pretendo fazer uma lista com os emails deles e disponibilizar aqui no Blog.
Não ganhei todos os rounds - até perdi alguns. Mas faltou pouco, pouquissimo para um objetivo que persigo: fiquei a quatro minutos de um 70.3 sub-5 horas.
Há tempos, aqui mesmo nesse blog, eu dizia que minha idade me forçava a rever meus objetivos e manter o que já tinha conquistado - até bastante influenciado pela leitura do bom "Do que eu falo quando falo de corrida", do Haruki Murakami.
Por isso a minha "fuga para frente": ao invés de enfrentar logo os problemas que me impediam de ter resultados que queria, eu postergava isso fazendo provas duras a cada dois meses com o mesmo desempenho.
E minha desculpa era o VO2, era a o indice de massa corporal, era flexibilidade dos tendões...enfim, o rol de fatores limitantes posto na prateleira da ciência é grande.
Basta você ir no Supermercado das idéias prontas e escolher qual você quer comprar.
Depois, você acredita nelas, se acomoda, compra uns chinelinhos e um copo para colocar a dentadura...:-))))
Mas o triathlon é um esporte estranho. Ou talvez todos os esportes de endurance sejam.
Seria fácil eu dizer que a idade traz mais experiência, força mental e inteligência para compensar a desvantagem física que anos trazem.
Subi na bike com muito receio de me sentir exaurido logo de saida - afinal, os problemas de lombalgia e na panturilha não me deixaram treinar no Riacho Grande. Depois do Iron, fiz apenas dois treinos na rua - o resto foi rolo.
Mas, surpreendentemente, me sentindo bem, cheguei na primeira hora a 36 km/hora com a cara no vento. Lembrava do Chico me provocando: "eu arriscaria algo em torno de 35 km/hora".
Em função disso, média caiu para 34.7 km/hora fechando em 2:35:23 (em 2010, a velocidade média foi de 32,5 Km/hora e o tempo 2:45:50).
Apesar de não ter alcançado a média de 35 km/hora, depois fiquei sabendo pelo Landinho que pedalei perto do Sandro Magalhães quase o tempo todo. Bom, o Sandro, Artur e o Mota são os caras que admiro no pedal e chegar perto deles já me deixaria pra lá de feliz...
Cheguei e, ufá, bolo com coca-cola na transição! Dois tecos, um copo e tô novo!
O único problema é que demorei. A T2 custou 3:45 (pior que ano passado, que foi 3:03).
Na corrida...putz, eu estava com panturilha ruim, lembram?
Pois é, mas eu mesmo não lembrei!!!!
Sei lá, sai correndo totalmente revigorado e lá pelas tantas é que fui lembrar da panturilha.
Não ganhei todos os rounds - até perdi alguns. Mas faltou pouco, pouquissimo para um objetivo que persigo: fiquei a quatro minutos de um 70.3 sub-5 horas.
Há tempos, aqui mesmo nesse blog, eu dizia que minha idade me forçava a rever meus objetivos e manter o que já tinha conquistado - até bastante influenciado pela leitura do bom "Do que eu falo quando falo de corrida", do Haruki Murakami.
Por isso a minha "fuga para frente": ao invés de enfrentar logo os problemas que me impediam de ter resultados que queria, eu postergava isso fazendo provas duras a cada dois meses com o mesmo desempenho.
E minha desculpa era o VO2, era a o indice de massa corporal, era flexibilidade dos tendões...enfim, o rol de fatores limitantes posto na prateleira da ciência é grande.
Basta você ir no Supermercado das idéias prontas e escolher qual você quer comprar.
Depois, você acredita nelas, se acomoda, compra uns chinelinhos e um copo para colocar a dentadura...:-))))
Mas o triathlon é um esporte estranho. Ou talvez todos os esportes de endurance sejam.
Seria fácil eu dizer que a idade traz mais experiência, força mental e inteligência para compensar a desvantagem física que anos trazem.
Só que não é isso. Esse é um caminho fácil.
Há uma coisa que o Marc Becker falava sobre "reprogramação" que é muito interessante. Ele dizia que as pessoas não são escravas do seu biotipo, o "hardware", pois que o que conta mesmo é "software".
Como sou alto, quando as pessoas me veem, por exemplo, acham que minha estatura é ótima para corrida porque posso dar passadas largas.
Mas quando corro minhas passadas são curtissimas por conta do método de treinamento do Ironguides.
E depois de aprender a correr assim, passei a correr melhor ainda que mais velho (mas nem tanto, ok meninas, nem tanto....).
Então é possível melhorar, se tornar mais rápido e forte ao longo do tempo?
Minha experiência diz que sim (enquanto ficar "mais inteligente", diz que não! ;-))))
Tem coisas que não funcionam, claro.
Por exemplo, pra problemas de feiura como o meu ele não tem funcionado muito bem, não!
Há uma coisa que o Marc Becker falava sobre "reprogramação" que é muito interessante. Ele dizia que as pessoas não são escravas do seu biotipo, o "hardware", pois que o que conta mesmo é "software".
Como sou alto, quando as pessoas me veem, por exemplo, acham que minha estatura é ótima para corrida porque posso dar passadas largas.
Mas quando corro minhas passadas são curtissimas por conta do método de treinamento do Ironguides.
E depois de aprender a correr assim, passei a correr melhor ainda que mais velho (mas nem tanto, ok meninas, nem tanto....).
Então é possível melhorar, se tornar mais rápido e forte ao longo do tempo?
Minha experiência diz que sim (enquanto ficar "mais inteligente", diz que não! ;-))))
Tem coisas que não funcionam, claro.
Por exemplo, pra problemas de feiura como o meu ele não tem funcionado muito bem, não!
Eu já pedi uma planilha especial para o Rodrigo e estou esperando até agora...
Isso é um problema sério no Ironguides....:-)))))
Bom, como eu disse eu no post anterior, tinha alguns rounds para ganhar nessa prova.
O primeiro deles era em relação a natação. O Rodrigo me pediu uma saida forte, voo de cruzeiro e ataque as bóias. Seria estratégico fazer um bom aquecimento.
Cheguei com uma hora de antecidência, arrumei minhas coisas e fui para o mar fazer alguns tiros. Meu corpo se adaptou a temperatura da água e senti a musculatura mais aquecida depois das braçadas.
Fiz uma boa largada, não ventilei e consegui alguns espaços para nadar forte até as duas primeiras bóias. Infelizmente, não fui feliz em atacá-las porque fiquei no engarrafamento que sempre acontece para nadadores medianos como eu quando a gente chega nelas.
Mas usei essa tática de nadar forte quando me orientei pela bóia errada e tive que retornar ao trajeto mais curto. Gostei, pois rapidamente me recoloquei na natação para fechar em 33:22 (contra 37:24 de 2011).
O transição, que o Rodrigo me pediu para fazer em, no máximo, dois minutos, não consegui.
Isso é um problema sério no Ironguides....:-)))))
Bom, como eu disse eu no post anterior, tinha alguns rounds para ganhar nessa prova.
O primeiro deles era em relação a natação. O Rodrigo me pediu uma saida forte, voo de cruzeiro e ataque as bóias. Seria estratégico fazer um bom aquecimento.
Cheguei com uma hora de antecidência, arrumei minhas coisas e fui para o mar fazer alguns tiros. Meu corpo se adaptou a temperatura da água e senti a musculatura mais aquecida depois das braçadas.
Fiz uma boa largada, não ventilei e consegui alguns espaços para nadar forte até as duas primeiras bóias. Infelizmente, não fui feliz em atacá-las porque fiquei no engarrafamento que sempre acontece para nadadores medianos como eu quando a gente chega nelas.
Mas usei essa tática de nadar forte quando me orientei pela bóia errada e tive que retornar ao trajeto mais curto. Gostei, pois rapidamente me recoloquei na natação para fechar em 33:22 (contra 37:24 de 2011).
O transição, que o Rodrigo me pediu para fazer em, no máximo, dois minutos, não consegui.
Meu wetsuit para tirar sozinho é o capeta! Ele enrosca no tornozelo e não sai! Se não tiver alguém para ajudar....Resultado da T1: 3:52 (4:56 em 2010).
Subi na bike com muito receio de me sentir exaurido logo de saida - afinal, os problemas de lombalgia e na panturilha não me deixaram treinar no Riacho Grande. Depois do Iron, fiz apenas dois treinos na rua - o resto foi rolo.
Mas, surpreendentemente, me sentindo bem, cheguei na primeira hora a 36 km/hora com a cara no vento. Lembrava do Chico me provocando: "eu arriscaria algo em torno de 35 km/hora".
Eu pensava "Hahahaha...sêo Chico, deixa eu te mostrar o meu tempo na bike...espera pra ver!"
E foi um belo pedal. Mas até um certo ponto...
E foi um belo pedal. Mas até um certo ponto...
Com uma cadência média em torno de 75 rpms, e com o vento ajudando nas subidas, eu me sentia "decolando" na primeira hora. Só que a partir dai, passei a sentir o desgaste e a média caiu para 35.5 km/hora e, faltando apenas 15 km para fechar os 90 km, quebrei!
Enfim, eu não estava com aquela bola toda e fui me arrastando....
Já tinha devorado tudo que tinha bike. Tivesse mais 10 km para fazer, eu tirava o capacete e comia...
Em função disso, média caiu para 34.7 km/hora fechando em 2:35:23 (em 2010, a velocidade média foi de 32,5 Km/hora e o tempo 2:45:50).
Apesar de não ter alcançado a média de 35 km/hora, depois fiquei sabendo pelo Landinho que pedalei perto do Sandro Magalhães quase o tempo todo. Bom, o Sandro, Artur e o Mota são os caras que admiro no pedal e chegar perto deles já me deixaria pra lá de feliz...
Cheguei e, ufá, bolo com coca-cola na transição! Dois tecos, um copo e tô novo!
O único problema é que demorei. A T2 custou 3:45 (pior que ano passado, que foi 3:03).
Na corrida...putz, eu estava com panturilha ruim, lembram?
Pois é, mas eu mesmo não lembrei!!!!
Sei lá, sai correndo totalmente revigorado e lá pelas tantas é que fui lembrar da panturilha.
Acho que a opinião da Janaina, dizendo que eu provavelmente eu só sentiria o esforço muscular e a aplicação do Kinésio Taping me deixaram mais seguro.
Isso sem dizer a adrenalina da própria prova.
Fiz a primeira perna para 54 minutos (foi a única vez que olhei o relógio), correndo com passadas curtas e um tanto na defensiva com medo de alguma quebra.
Fiz a primeira perna para 54 minutos (foi a única vez que olhei o relógio), correndo com passadas curtas e um tanto na defensiva com medo de alguma quebra.
Ai, aproveitei para me descontrair e observar um pouco a corrida. E nas provas de triathlon tem umas histórias muito engraçadas, que as vezes a gente não nota porque está a mil....
Um cara, vendo o amigo andando, dá um BERRO de "incentivo".
Mas aquele BERRO...
"POOOOORÁÁÁÁÁÁÁÁÁ, VAMMMMMOOOOOOO LÁÁÁÁÁÁÁÁÁ CAR#@#@@HO!!!!!"
Acho que até uma vaca que estava pastando ali perto ficou assustada....
O cara, que chama Edinho e estava numa boa tomando gatorade, replicou apontando para o parque:
"Cara, o que é que tem? A gente vai chegar no mesmo lugar, só que você vai chegar antes...e eu, depois!"
Tem sentido, né? :-))))))
Bem, voltando...Tinha decidido que somente nos últimos 10,5Km puxaria para um moderado/forte - isso, "se" puxasse...
Em um dos retornos, avisto o Mota. Ele me diz "Estou te esperando...".
Pois é, "estou te esperando" nessas provas é coisa de uma ponte Rio-Niterói....
Faltando 6 km, emparelhamos e disse para ele "Mota, isso não é natural, você sabe. Não tem cabimente eu te passar. Isso é uma aberração..."
Ele comentou "Tudo bem. Você não tem idéia da força que estou fazendo para correr".
Repliquei dizendo que ele tinha feito coisas bem mais extenuantes como atleta e profissional e que, mesmo assim, nunca tinha cedido em nada.
Ele cresceu e começou a imprimir um pace forte. Fomos passando dezenas de pessoas e, pelo que me lembre, a partir desse ponto apenas me recordo do Roger Melo ter nos ultrapassado.
Em um dos retornos, avisto o Mota. Ele me diz "Estou te esperando...".
Pois é, "estou te esperando" nessas provas é coisa de uma ponte Rio-Niterói....
Faltando 6 km, emparelhamos e disse para ele "Mota, isso não é natural, você sabe. Não tem cabimente eu te passar. Isso é uma aberração..."
Ele comentou "Tudo bem. Você não tem idéia da força que estou fazendo para correr".
Repliquei dizendo que ele tinha feito coisas bem mais extenuantes como atleta e profissional e que, mesmo assim, nunca tinha cedido em nada.
Ele cresceu e começou a imprimir um pace forte. Fomos passando dezenas de pessoas e, pelo que me lembre, a partir desse ponto apenas me recordo do Roger Melo ter nos ultrapassado.
Antes abre parênteses
Isso fora o Marlus e o Dalton, que já tinham dado na minha cabeça antes, muito provavelmente a pedido da Cintia, que não estava lá mas mandou os dois para eu não esquecer "quem é que manda"....:-)
Fecha parênteses
Sem dúvida, foi o melhor momento do ano que tive no triathlon.
Nós não estávamos "disputando", não era um "Ironwar".
Eram duas pessoas correndo forte, uma buscando energia no ritmo da outra.
No momento em que fraquejei, ele aliviou dois passos, "me buscou" e voltei ao pace.
Pessoas assim podem ser solidárias, sem se servirem do outro em formas desleais de competição.
O "vácuo" ou a "esteira" que oferecem aos companheiros é moral.
Mesmo sem colocar o pé no chão para correr durante quase 45 dias, fechei os 21 km para 1:47:47 (contra 1:51:36 em 2010)
Terminamos a prova juntos em 5:04 e bati meu tempo de 2010 (5:22).
Não ganhei o Oscar, mas se eu tirasse da manga uma carta de agradecimentos, não poderia deixar de citar o Fabiano Bispo, Janaina, Chico e o Rodrigo Tosta.
E, como a Deise sempre diz, grandes competições só são "grandes" se forem lembradas como um (re)encontro de amigos.
Sem dúvida, foi o melhor momento do ano que tive no triathlon.
Nós não estávamos "disputando", não era um "Ironwar".
Eram duas pessoas correndo forte, uma buscando energia no ritmo da outra.
No momento em que fraquejei, ele aliviou dois passos, "me buscou" e voltei ao pace.
Pessoas assim podem ser solidárias, sem se servirem do outro em formas desleais de competição.
O "vácuo" ou a "esteira" que oferecem aos companheiros é moral.
Mesmo sem colocar o pé no chão para correr durante quase 45 dias, fechei os 21 km para 1:47:47 (contra 1:51:36 em 2010)
Terminamos a prova juntos em 5:04 e bati meu tempo de 2010 (5:22).
Não ganhei o Oscar, mas se eu tirasse da manga uma carta de agradecimentos, não poderia deixar de citar o Fabiano Bispo, Janaina, Chico e o Rodrigo Tosta.
E, como a Deise sempre diz, grandes competições só são "grandes" se forem lembradas como um (re)encontro de amigos.
Não fosse a oportunidade de rever a Lisandra, Mariana, Artur, Nilma, Ana Lidia, Landinho, Joka, Zé, Jorge, Ricardo, Wlad, Kiko, Renato, ainda tive felicidades de fazer outras grandes amizades: Leila, Roger, Caroline, Renata, Zé Delena, Thiago, Lourenço, Rodrigo, Renato, Fábio.
E, Edinho, se você algum dia ler esse post, fique sabendo que você também é do grupo de pessoas inesquecíveis dessa prova!