quarta-feira, 18 de maio de 2011
Quase lá....
O que muda é um pouco em cada relato é a forma com que cada um enfrenta essa situação. Fazer treinos coletivos ou acompanhado por um parceiro faz o tempo passar um pouco mais rápido e pode ajudar na manutenção do pace para o qual você se programou.
Para mim, os treinos são quase sempre um exercício solitário. Como já reportei quando estava treinando para o Ultra Bertioga-Maresias, isso não tem como resultado pensamentos elaborados ou "altas reflexões" pessoais. Eu não entro em uma corrida ou treinos longos pensando em um problema e saio deles com alguma resposta.
Nesse sentido, a resistência física é nada se comparada ao que há de se fazer em termos de disciplina mental.
Nessas últimas duas semanas de treino, dei sorte nos momentos mais duros. No Riacho, o apoio dos amigos é uma coisa que nunca encontrei na USP – exceção a companhia do Edú, do China e dos longos com o Joel e pelas sempre agradáveis conversas pós-treino com o pessoal da Find, principalmente o Fernando, a cidade universitária é um deserto para mim.
Claro, talvez o problema seja eu.
No Riacho, você pode contar com Luiz, Léo, Mota, Deise, Paulo, Tiago ou o próprio China entre outros que ficam ali no Clube dos Borracheiros. Você sabe que tem um manhã dura pela frente, mas ninguém perde o humor ou deixa de compensar o esforço alheio com um “Vamos lá” quando você está embaixo do sol, correndo esgotado na estrada.
A Deise fez um comentário muito bacana esses dias – cada Iron tem uma história porque você vai encontrar uma turma que vai marcar aquele ano. Se for falar sobre isso, vem um troço na garganta e dá vontade de chorar.
Também foi importante ter encontrado o Beto por lá nos últimos dois longos de bike de seis horas. Ele chegava mais tarde e, além de ser um ótimo papo, sempre acelerava o treino – sim, porque eu gosto de conversar, mas quando tem treino eu sou meio caxias e...enfim, tenho que fazer a planilha (rs).
De certa forma, a parte mais difícil dos treinos terminou. Consegui fazer três longos de seis horas consecutivos no Riacho – domingo passado, encaixei um 173 km e, ontem, mais 174 – médias na casa dos 29 km/hora em cada treino, com uma cadência de 67 rpms me média.
Outra coisa que me agradou bastante foi a evolução da minha corrida – na quarta-feira, corri 2:40 progressivo. Terminei tão forte que mal consegui dormir. E me senti inteiro.
Fiz todos os treinos de natação, mas não senti a evolução que tive nos outras no pedal e na corrida.
Perdi pouquíssima coisa nessas semanas. Foram, sem dúvida, as mais duras no ano – quando tinha as noites sem treino, as nove da noite já estava derrubado na cama, dormindo.
Tudo isso não acabou. Ainda tenho duas semanas de treinos e outros detalhes importantes para dar conta.
Mas questões sobre a prova também começam a me fazer pensar – afinal, o que quero lá em Floripa?
Discuti esse assunto com o Rodrigo Tosta, com o Chico e com o Edú, estes dois últimos amigos triatletas que me acompanham desde do início dessa coisa toda.
A questão agora seria...well, 3o Iron - não seria o momento de ser mais ousado ao invés fazer a prova como um treino longo com postos de abastecimento?
Pois é, não sei se estou com essa bola toda. Apesar das coisas terem melhorado, ainda me falta experiência para fazer a prova com intensidade na dose certa e no momento adequado.
O Rodrigo ponderou que se trata de uma decisão importante, porque há riscos do desempenho ser pior que o dos outros anos. Mas, segundo ele, valeria a pena, sim, buscar um resultado melhor. E o Chico e o Edú são da mesma opinião.
E para tanto me deu certos parâmetros nas três modalidades, o que implicaria em um tempo total em torno de 11 horas. Se conseguir, tiraria cerca de 48, 46 minutos em relação a 2010.
Bem, como dizia o Marc Becker pensando na perspectiva dos que fazem esse esporte com um estilo de vida e não um meio para sobreviver, o que há para se perder mesmo????? ☺
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Semana de Treinos
A semana foi marcada pela volta aos treinos regulares, isto é, pela rotina de atividades tal como estabelecida na planilha do Ironguides feita pela Rodrigo.
Consegui identificar que uma das causas da minha lombalgia era o meu colchão, que já está vencido. Motivo besta. Poderia ter se manifestado a qualquer momento, mas foi caprichoso de mostrar a cara justamente em um período critico dos treinos para a prova mais importante do ano.
Com a acupuntura que fiz com a Silvia e o Eduardo e a mudança do colchão, a situação melhorou bastante, embora ainda sinta certo desconforto quando fico sentado. Mas nada que me atrapalhe.
A rotina de treinos até aqui é uma mescla de treinos de intensidade durante a semana, transição no sábado e longos de bike de domingo. Segundas, quartas e sextas treinos em dois períodos (natação pela manhã e corrida a noite), terças e quintas faço treinos de pedal no rolo.
No final de semana, recebi a planilha do Rodrigo para a reta final até Floripa. Ele ponderou que esticou um pouco os treinos em função dos dias que perdi. Isso não me deixou preocupado, já que nos outros anos ocorreu o mesmo, embora por outros motivos.
Como eu já comentava em um texto aqui do Blog de 2010, iniciar o polimento cedo é um erro e deriva de certa tradição entre os treinadores em que herdada dos treinadores de maratonas, na qual seus atletas, fustigados por treinos intensos, comumente entravam em overtraining. Conseqüentemente, precisavam de períodos mais longos de descanso.
Para mais detalhes sobre isso, ver o artigo do Vinicius no Mundo Tri, além dos ótimos textos da Ana Lidia, do Ciro e do Alexandre (http://issuu.com/mundotri/docs/mundotrimag008?viewMode=magazine&mode=embed)
Mas um pouco preocupado com o meu atraso, resolvi antecipar em uma semana os tradicionais longos de seis horas do Ironguides seguidos de uma corrida curta ao final. Como sempre, cheguei no Riacho as 6:00, encontrei a Deise, Andréia e o China, mas resolvi adiantar um pouco as coisas e sai para pedalar sozinho, já que ficaria lá até mais tarde também.
Estava me sentindo relativamente descansado, já que dei aula na Puc no dia anterior e fiz apenas um treino de qualidade no rolo pela manhã. Entretanto, ao sair da faculdade, tentei comprar caramanholas e R4, mas cadê que consegui para o carro no Center Norte para fazer isso? Para que viver em uma cidade que tem tudo se você não consegue aproveitar nada sem pegar fila...
Enfim, levei pouca água e minha alimentação pós-treino foi péssima...
Nesse pedal, testei a alimentação. Seguindo a sugestão do Artur, usei apenas GU Roctane e GU Chomps. Para me hidratar, Vitargo e Água. Nada de “sólido” (pães, bisnagas, bananinha etc)
No final, me senti bem, mas consumi apenas cerca de 100 calorias por hora, quando recomendável são, no mínimo, de 300. E o problema nem foi consumir o gel por conta do gosto, de enjôo ou sei lá o que mais. É que...
Ah, sei lá eu?
Mas, caramba, porque eu preciso ter uma resposta pra tudo? ;-)))
Prometo que, no próximo, vou me disciplinar para ingerir um gel a cada 45 minutos – nem que seja na marra.
O treino foi duro, como sempre é no Riacho – aquelas subidas encardidas e o vento. Em termos de aproveitamento, consegui 176 km em seis horas. Gostaria imensamente de ter feito uma média de 30 km/hora, mas quando estava quase lá, meu desempenho começou a cair, cair, cair...enfim, consegui apenas 29,3.
Mas, ao comparar com o ano passado, andei melhorando, pois nesse mesmo lugar, nesse mesmo período e nas mesmas seis horas, minha rodagem foi de 170 km.
Ou seja, o Vagner 2011 saiu com uma vantagem de seis quilômetros sobre o Vagner 2010 quando ambos fecharam o pedal. E o Vagner 2010 não tem perna para alcançar o outro, embora mais velho...
E, pensando assim, seis quilômetros é chão, hein gente? ;-))))
Aliás, é por isso que é legal ter um blog para registrar essas coisas. A história te dá um pouco de perspectiva.
E ao rever o que fiz ano passado, vi que a apesar da lombalgia, as coisas não estão tão diferentes assim – aliás, talvez elas estejam até melhores, já que em 2010 perdi alguns treinos longos em função da chuva me maio.
Agora, vamos ver essas semanas em que o estresse físico e mental aumenta de forma considerável.
Aliás, por conta disso, só agora começo a me dar conta da prova no final de maio – sim o Iron.
Porque, sinceramente, a prova não me pilha. E não se trata de salto alto.
É que não adianta...
Como aquela frase atribuída ao Einstein:
“Eu nunca penso no futuro. Ele não tarda a chegar.”