Se você acredita que o que está escrito no parágrafo acima realmente ocorreu comigo, deve ser a primeira vez que você lê esse blog! Ou então não conhece a moçada de Ironguides...
A perspectiva do Rodrigo era encaixar o Internacional em uma sequência de treinos com intensidade e volume ascendentes, todos com foco na velocidade.
A prova de Santos não seria o ápice desse período, mas justamente o início da parte mais dura dessa fase.
Então, imagina ai...
Tirando o day-off de segunda-feira, iniciei já na terça um pedal pesado no rolo. Aquecimento de 20 minutos, seguidos de oito moderados e dois leves. Depois, 2 x 4 FORTES e 4 x 2 no MÁXIMO. Para soltar, 10 minutos leve.
Quando o pessoal do IG coloca as palavras em maiúsculas, o negócio não tá pra brincadeira....
Não senti cansaço em relação a prova de Santos. Simplesmente fiz o que pude. Esse "o que pude" tem um significado preciso para os mais disciplinados: significa que ao tentar fazer no MÁXIMO cada série eu chego no finalzinho sem quase conseguir fazer o exercício. Pelo menos na bike!
Me imagino subindo uma ladeira por dois minutos. Lá em cima, quase tenho que descer da bike...
Dói.
Como escrevi recentemente, me identifico mais como uma pessoa que gosta provas de endurance e tenho dificuldade para lidar com a dor decorrente de treinos de intensidade.
Então estou fazendo duas coisas para lidar com esses exercícios duros: construo imagens (como essas que acabei de relatar, de uma subida e...vou confessar para vocês, normalmente nelas tô pau a pau com o Lance Armstrong...;-) e estou pensando em cada etapa do treino apenas quando vou executá-la.
Esse segundo ponto é o mais ou menos assim: se leio a planilha completa antes do treino começar eu antecipo as partes ruins; mal estou na metade do pedal moderado, já tá doendo, e eu começo a chorar pensando que ainda falta o pedal FORTE e o MÁXIMO!
Isso já me abate...
Então eu sento no rolo (sem duplo sentido moçada!!!!), leio apenas a primeira linha da planilha e me concentro exclusivamente no que me mandam executar, como se o treino acabasse ali.
Terminei? Faço exatamente o mesmo até o ler aquela frase abençoada..."10 minutos fácil"!
Obviamente, semana após semana, você vai decorando os treinos e isso vai perdendo eficácia. Mas, como eu já estou ali, na terceira idade, minha memória não é tão boa assim...;-)
A quarta-feira começou com um longo de corrida de 1:30 pela manhã, sendo 45 fácil e 45 moderado. No início, senti o treino da noite anterior. Mas a sensação de desconforto foi passando e, como sempre, termino esse tipo de treino mais inteiro do que estou no começo.
Na parte da noite, natação. O aquecimento são tiros de 50 metros, mas a parte principal do treino são tiros de 100 metros - 100 metros no MÁXIMO!
Como esse treino é com palmar e pulbóia, não tenho grande dificuldade, mesmo agora que passei a usar um palmar pequeno. Meu melhor esforço não me deixa com dor nos braços, nem asfixiado, como é meio típico nesses treinos....
Quinta-feira é dia de rolo, mas com a maior parte do treino voltado para força. Vinte minutos de giro leve, 10 tiros de um minuto e mais 20 no Big Gear (50-60 rpms). Esse treino eu tiro de letra. Não é fácil, mas tem intensidade limitada. Portanto, tuuuudoooo bem!
Sexta-feira começa com um corrida de 40 minutos pela manhã, como foco regenerativo. Faço uma volta de 7 km no Campo de Marte e capricho nas velocidade da passadas. A noite, um treino de natação progressivo, que me deixou com os braços lá na piscina ;-)))
Você inicia com tranquilos 16 x 50 metros, com fazendo tiro MÁXIMO a cada 4. Depois, 12 x 50, com tiro a cada 3, e assim até chegar a 4 x 50 todos no MÁXIMO. Apenas 20 segundos de intervalo. Poderia ser um treino complicado para mim, mas a distribuição progressiva do esforço permite que eu entre no ritmo a cada série e seja capaz de manter praticamente o mesmo esforço até o final ( o mesmo esforço não significa, necessariamente, a mesma velocidade)
Sábado, dia de simular um sprint no Riacho Grande. Levantei bem as 5:00 da manhã, tomei café, fiquei lendo algumas coisas da Triathlete Magazine para fazer a digestão, preparei toda nutrição, arrumei as tralhas, troquei o pneu da bike, levei tudo para o carro e....
E o carro não pegou....:-((((
No inicio, pensei que fosse o motor de arranque e passei parte da manhã tentando arrumar um SOS. Já estavam mandando um guincho para a minha garagem quando chega o meu pai. Ele queria ver o carro e me perguntou se não era a bateria.
- Claro que não, né pai!? Eu não sei quando tem problema na bateria....
- Mas cê tem certeza?
- Tenho, já tá chegando o guincho...
Só para mostrar minha superioridade, fomos lá no carro. Meu pai abriu o capô, pegou uns cabos, bateu na bateria. Faiscou...
Falei mal humorado:
- Viu ?????
- É bateria. Liga o carro...
Ai o motor
- Tátátátátátá
Eu...
- Tá na cara que o problema é o motor de arranque, né pai?!
- É bateria.
- Mas o farol tá funcionando...
- É a bateria.
Contra a minha vontade, foi lá em baixo, trouxe o carro dele, alinhou com o meu na garagem.
- Pai, já vai chegar o guincho e vamos ter que tirar o carro do senhor...vai dar aquele trabalhão mêêêêuuuuuu.....
Ele nem me ouviu. Pegou os cabos para fazer uma chupeta. Eu puto da vida porque achava aquilo uma perda de tempo...
- Dá a partida...
Entrei no carro contrariado.
Mas aiiiiii...
- Ruuuuummmm, Ruuuuuummmmm, RUUUUUUMMMMMMMMMMM.....
Abaixei a cabeça, fingindo olhar para o painel e....
- Uéééééé??????!!!!!!
Ainda bem que o meu pai é meio quetão....;-)))
Bom, contei essa histórinha para colocar algo no sabado, porque óbviamente foi off!!!!!
Domingo, fui para o Riacho fazer um treino de 3 horas, sendo 1:30 fácil, mais uma hora moderado BIG Gear e, depois, para terminar, 2 x 10 minutos Time Trial com 5 de intervalo.
De cara, não consigo fazer a parte fácil do treino. Eu meio que encaixo um ritmo de cruzeiro no Big Gear e, no máximo, como no Riacho relevo é quase um tobogã, consigo fazer um pouco mais de giro nas subidas para me enganar que estou pedalando "fácil".
Nesse sentido, tenho um pouco de dificuldade para separar a parte tranquila e a parte moderada do treino.
Isso explica em parte a boa média que fiz hoje lá, na casa dos 30 km/hora.
Mas esse aspecto, creio eu, não atrapalha o TT. Fiz os dois pegando os trechos de subida, o que me deixou com as pernas bambas. O primeiro foi consideravelmente melhor que o segundo.
No final do treino me senti ótimo! Difícil para alguns acreditar que uma semana que começou com o Internacional de Santos tenha sido tão puxada e, ainda assim, eu possa estar me sentido tão bem!
No mais, testei o macaquinho da Asics que comprei em promoção (achei ótimo) e fiz inscrição para Caiobá.
Mas tô na dúvida: Miami ou Penha?