Tenho conseguido manter essa rotina de treinos, mesmo no final de ano. Entretanto, o que me deixou um pouco mal foi uma gripe e uma tosse que me obrigaram a, uma vez aqui, outra ali, mexer nos treinos ou mesmo não realizá-los.
Como disse antes, o coach vem trabalhando bastante com treinos de qualidade, focando em atividades com mais alta atividade. Os longos se resumem a duas horas de corrida no sábado e três horas no domingo.
Mas, não sei se por conta de estar um pouco debilitado, os treinos de intensidades voltados para o aumento da capacidade de VO2 me deixam bastante irritado. Como sou bem disciplinado, se a planilha pede algo "forte" na piscina, no pedal ou na corrida, então eu faço valer.
Só que tenho a sensação de que tenho apenas metade do pulmão me ajudando.
Além disso, eu confesso que não tenho prazer em exercícios de intensidade: me peça para ficar quatro horas no rolo e correr outras quatro que não vou reclamar.
Mas fazer 15 minutos no pedal em ritmo Time Trial é uma sensação sufocante que eu acho quase intolerável.
Demorei um pouco para entender, mas a verdade é a seguinte: EU NÃO GOSTO DE SENTIR DOR!
Acho que isso é uma coisa me impõe um limite enorme em busca de resultados. Quando vemos os desempenhos entre a elite ou na cabeça das listas dos age groups, pode ter certeza que estamos diante de pessoas que possuem uma capacidade de tolerar a dor muito além da média
Mas, pelo amor de Deus, não vamos simplificar e achar que isso decorre de mantras, livros de auto-ajuda ou das frases clichês do Lance Armstrong.
Em parte, isso é treino. Em parte, também é herança biológica. Talvez uma outra parte seja um dado estado psicológico do indivíduo (mas nada a ver com "mentalização").
No meu caso, considero que disponho de uma considerável dose de disciplina mental para treinos longos. Do ponto da aptidão puramente física, meu condicionamento também é bastante favorável a provas de longa distância.
Mas quando eu penso que vou fazer um treino que vou ter que dar duro durante 15 minutos que seja, meu estado psicológico se altera a tal ponto que mal tenho vontade de sair de casa.
Isso não significa que não cumpro os treinos nem que os despreze. Pelo contrário, artigos e mais artigos insistem que treinos de qualidade e alta intensidade são tão ou mais importantes que os treinos longos e, vejam ai que enrascada a minha: tais treinos são ainda mais importantes conforme avança a idade....
Enfim, não bastasse exame de próstata, mais essa....;-))))
Outra coisa que me incomoda é que não tenho feito muitos treinos de pedal na rua. Realizei apenas um na USP depois de Pirassununga...e pela metade - um aro da roda traseira estourou e tive que parar...
Aliás, foi estranho - ouvi um estrondo, como se alguma peça tivesse se desprendido da bike e sido arremetida no chão. Com força.
Desci da bike, olhei em volta e nada no chão. Mas a roda ficou desalinhada. Tirei, coloquei novamente e não consegui girar. Até então, eu não entendi o que tinha acontecido.
Levei no Marcola e lá o Fernando sacou rapidinho. Aro estourado. Aliás, descobriu outra - a gancheira do câmbio estava trincada...
Bem, melhor ter acontecido agora.
Mas vou dizer uma coisa - quebrou a corrente, você arruma. Furou a câmara, você arruma. Rasgou o pneu, até isso você é capaz de arrumar.
Mas se estourar aquele raiozinho da roda...ai você senta e chora, porque a prova já era....