Há um tempo atrás, houve uma matéria no Esporte Espetacular sobre uma ultramaratonista chamada Diana Van Deren que, ao sofrer uma cirurgia reparadora no cérebro, perdeu a memória recente.
Por conta dessa cirurgia, entende-se que essa atleta possa correr centenas de quilômetros sem que sinta exausta, simplesmente porque sua mente ignora a distância acumulada e lhe dá apenas as lembranças dos quilômetros mais recentes.
Você pode ter visto a matéria e achado que ali estava uma pessoa especial.
Certamente.
Mas, guardadas as devidas proporções, isso não é incomum.
E se fossemos também assim?
Será que a nossa memória é tão mais elástica que a dessa atleta?
No último texto que consegui emplacar no MundoTri vai uma discussão que julgo bacana sobre nossas lembranças e memórias.
A "dor" era o objetivo principal do texto, mas apenas o mote para uma descoberta que achei fascinante - nosso registro do passado não é fiel como um filme em relação ao seu roteiro, mas trechos imperfeitos de uma história imperfeita.
Há vários testes que poderiam mostrar que os objetos que estão no nosso entorno não são representados na nossa mente tal como eles de fato existem na realidade. As cores que você vê nesse blog, por exemplo, são apenas representações possibilitam a você distinguir entre os objetos na página.
Mas não é esse o objeto principal dos textos do Daniel Kahneman - a questão dele não é apenas descrever a relação entre o nosso cérebro e os objetos distribuídos no espaço, mas apontar a fragilidade dos nossos julgamentos sobre temas sobre as quais não teríamos qualquer sombra de dúvidas.
A forma como julgamos o passado nos dá a ilusão de que nós o compreendemos.
Mas isso não é uma verdade.
Essas descobertas por vezes abalam o julgamento que fazemos das coisas. Você acha, mas apenas acha, que domina todos os fatos.
Mas a experiência humana é assim, rica e contraditória e sempre um assunto delicado pois estamos falando de nós mesmos.
Eu mesmo, quantas vezes me questiono se realmente gostaria de saber certas coisas.
Talvez nosso maior pecado não seja a falta de compreensão sobre tudo o que a vida nos traz, mas a excessiva confiança no que julgamos saber sobre ela.
Alguns dos textos que saem do Mundotri são apenas tentativas de tornar conhecidos esses paradoxos. Eu tento reportar isso de forma acessível para um público que gosta de triathlon com a linguagem desse público.
Portanto, nada disso é meu.
Para aqueles que querem a "pílula vermelha", recomendo "Rápido e devagar, duas formas de pensar", livro que parece aqueles trabucos de auto-ajuda que você encontra aos montes em livraria de aeroporto, mas que resume as teorias de um Prêmio Nobel de Economia ao longo de uma vida notável como acadêmico e pesquisador.
Mas é um texto impactante. Não é de leitura difícil e muito menos inacessível, só que não vá esperando um texto em que você lê uma vez e põe de lado.
O vídeo abaixo é a palestra que esse senhor simpático e divertido fez no TED e tem como tema o texto que acabei de disponibilizar no MundoTri. Apenas tive a oportunidade de repassá-lo ao Cyrino, quando ele comentava sobre os mistérios desse conceito chamado "felicidade".
Por conta dessa cirurgia, entende-se que essa atleta possa correr centenas de quilômetros sem que sinta exausta, simplesmente porque sua mente ignora a distância acumulada e lhe dá apenas as lembranças dos quilômetros mais recentes.
Você pode ter visto a matéria e achado que ali estava uma pessoa especial.
Certamente.
Mas, guardadas as devidas proporções, isso não é incomum.
E se fossemos também assim?
Será que a nossa memória é tão mais elástica que a dessa atleta?
No último texto que consegui emplacar no MundoTri vai uma discussão que julgo bacana sobre nossas lembranças e memórias.
A "dor" era o objetivo principal do texto, mas apenas o mote para uma descoberta que achei fascinante - nosso registro do passado não é fiel como um filme em relação ao seu roteiro, mas trechos imperfeitos de uma história imperfeita.
Há vários testes que poderiam mostrar que os objetos que estão no nosso entorno não são representados na nossa mente tal como eles de fato existem na realidade. As cores que você vê nesse blog, por exemplo, são apenas representações possibilitam a você distinguir entre os objetos na página.
Mas não é esse o objeto principal dos textos do Daniel Kahneman - a questão dele não é apenas descrever a relação entre o nosso cérebro e os objetos distribuídos no espaço, mas apontar a fragilidade dos nossos julgamentos sobre temas sobre as quais não teríamos qualquer sombra de dúvidas.
A forma como julgamos o passado nos dá a ilusão de que nós o compreendemos.
Mas isso não é uma verdade.
Essas descobertas por vezes abalam o julgamento que fazemos das coisas. Você acha, mas apenas acha, que domina todos os fatos.
Mas a experiência humana é assim, rica e contraditória e sempre um assunto delicado pois estamos falando de nós mesmos.
Eu mesmo, quantas vezes me questiono se realmente gostaria de saber certas coisas.
Talvez nosso maior pecado não seja a falta de compreensão sobre tudo o que a vida nos traz, mas a excessiva confiança no que julgamos saber sobre ela.
Alguns dos textos que saem do Mundotri são apenas tentativas de tornar conhecidos esses paradoxos. Eu tento reportar isso de forma acessível para um público que gosta de triathlon com a linguagem desse público.
Portanto, nada disso é meu.
Para aqueles que querem a "pílula vermelha", recomendo "Rápido e devagar, duas formas de pensar", livro que parece aqueles trabucos de auto-ajuda que você encontra aos montes em livraria de aeroporto, mas que resume as teorias de um Prêmio Nobel de Economia ao longo de uma vida notável como acadêmico e pesquisador.
Mas é um texto impactante. Não é de leitura difícil e muito menos inacessível, só que não vá esperando um texto em que você lê uma vez e põe de lado.
O vídeo abaixo é a palestra que esse senhor simpático e divertido fez no TED e tem como tema o texto que acabei de disponibilizar no MundoTri. Apenas tive a oportunidade de repassá-lo ao Cyrino, quando ele comentava sobre os mistérios desse conceito chamado "felicidade".