Como comentou o Kiko no videoblog dele, duas coisas mudam um pouco nessa nova fase de preparação para o Iron: um pouco mais de volume e alguns treinos passam da intensidade "máxima" para a intensidade"forte".
Outra inovação interessante foram os treinos com uma fita nos pés durante a natação, na sexta-feira. Um treino de 10 x 300 metros com pulbóia e palmar. Foi estranho no inicio, senti maior necessidade de usar o core para sustentar os pés mais próximos da superfície da água. Entretanto, logo depois me senti a vontade e nadei sem sentir esforço muito diferenciado, como se o corpo encontra-se por si mesmo um ponto de estabilização.
E foi uma semana de trabalho duro. Treinei durante todos os dias, sendo segunda, quarta e sexta-feira durante dois períodos.
Os melhores dias foram, sem dúvida, o treino de pedal no rolo na terça e a corrida na quarta-feira. No treino de rolo, depois de uma aquecimento de 25 minutos, 3 x 15 minutos, sendo estes divididos entre 5 moderados, 5 moderado/fortes e 5 fortes - essa é a parte central do treino.
Depois que encontrei a cadência correta, a distribuição do esforço foi perfeita para achar um ponto de equilibrio entre força e resistência necessária para fazer o treino. Sai com a sensação de que não tinha feito um esforço cardiovascular descomunal, mas que tinha conseguido deixar minhas pernas mais fortes.
Logo na quarta-feira pela manhã, fiz o longo de 1:45 - 45 fácil, 45 moderado, 5 forte e 10 fáceis. Me senti tão bem, sobretudo correndo de forma moderada, que puxei um pouco mais do que devia.
O resultado é me senti cansado até sexta-feira.
Mas creio ter feito o exercício corretamente. Lembro de um texto do Gordo Byrn em que ele diz que sentir-se cansado dois ou três dias depois do treino é uma coisa normal - aliás, se você não se sentir assim, quer dizer que seria possível acrescentar algo a mais ao seu esforço.
Na quinta-feira voltei para os treinos de rolo, que achei sensacional. Você faz um aquecimento de 20 minutos leves, depois faz um cinco séries de esforço bem distribuidos, algo do tipo 1 minuto moderado/forte, 1 de descanso; 45 forte e 1:45 leve; e 30 máximo e 1:30 fácil.
Esse esforço deixa suas pernas fortes, mas não força seu sistema cardiovascular. A sensação é ótima - só não é mamão com açúcar total porque depois são 30 minutos forte no Big Gear com cadência entre 50 e 60 rpms.
E, aqui, a concentração é realmente fundamental porque o esforço é grande, tanto físico como mental - sim, porque o rolo no pedal a força é maior e constante, sendo que não há muitos elementos de distração que permitem que os minutos passem e você não perceba.
Sai do pedal lavado e fiquei com vontade abortar o treino de sexta-feira pela manhã. Eu estava cansado, dormi mal...
Mas tratava-se de um hora de corrida fácil, com 10 x 30 segundos fortes distribuidos aleatóriamente.
E eu odeio perder treinos fáceis. Porque se me mato para fazer coisas difíceis, não posso perder a oportunidade de fazer exercícios mais leves. Mas não me senti tão bem.
A noite de sexta-feira, na natação com as tiras no pé, foi tranquilo como já comentei.
Mas duro mesmo foi o final de semana, que não consegui treinar.
Sábado, o Rodrigo preparou um treino que transição que dá água na boca. Trinta minutos de natação, uma hora de pedal no Big Gear e 30 minutos de corrida ritmo de prova 70.3. Já domingo, seria um treino longo de 4:30 de bike dinâmico: 1:00 fácil, 1:30 moderado, 1:30 moderado/forte, 30 minutos fortes no Bir Gear. Para terminar, uma corrida de 30 minutos.
Bom, mas na sexta-feira eu tinha decidido não fazer o treino sábado para resolver os problemas do dia-a-dia que me liberariam de vez até Caiobá. Mas, domingo, eu estaria forte e firme treinando no Riacho, porque o sol já estava garantido por uma massa de ar quente que está sobre São Paulo.
Além disso, estava louco para testar o capacete Aero que comprei e que acabara de chegar.
Mas uma gripe e uma infecção na garganta que começaram a me incomodar no sábado vieram com tudo no domingo. Levantei de madrugada, mas com a garganta queimando.
Se eu me medicasse, seria possível pedalar. Não sei em que condições.
O problema é que, se me decidisse a fazer o treino, certamente eu iria até o fim, independentemente das minha condições. É quase uma compulsão não deixar um metro ou um segundo para trás.
Por outro lado, poderia não treinar. Mas dois dias parado para indíviduos ultradisciplinados é quase como crise de abstinência.
Então, o dilema - ou treino, e me arrisco a piorar, ou não treino e fico consternado o final de semana todo.
Pois é, esse é o problema das pessoas "ou tudo ou nada".
Mas pensei na semana de treinos que fiz. Pensei ainda que, apesar dos treinos longos serem importantes, há uma certa revisão de conceitos que associam bons desempenhos na provas de endurance a simples quantidade de quilômetros rodados nos chamados longões.
Ao que parece, os treinos de intensidade, mesmo que mais curtos, são tão ou mais importantes que os longos de final de semana.
E, se for assim, pensei que seria melhor não arriscar os outros dias da semana por um treino sofrido no domingo que viesse a atrasar ainda mais minha recuperação.
Por isso, achei melhor encarar a abstinência do que colocar em risco os treinos que começam na segunda-feira.